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Desde a primeira entrevista que apaixonei-me por esta rubrica e cada vez mais adoro fazê-la. É fantástico conhecer mães tão inspiradoras e que decidiram ser um livro aberto para mostrar como é deliciosamente libertador viver bem sem matar ninguém. Só o facto de estarem a educar um pequeno ser humano mais empático e compassivo já é uma forma de salvar milhares de animais. Porque a bondade, quando plantada, nem o vento mais forte da indiferença consegue arrancá-la do solo. E quando cresce dá frutos, que por sua vez plantarão novas sementes. E assim continua este maravilhoso ciclo de amor e de justiça.
Hoje apresento-vos a Sónia Dias, mãe do rechonchudo Lucas e autora d'A Minha Mãe Vegana. Abraçou o veganismo há quatro anos e o marido seguiu o exemplo no Outono do ano passado. No seu Instagram partilha sobre a sua rotina, as suas paixões e, claro, sobre maternidade sustentável e sem exploração animal. Se ainda não a conhecem, venham daí ❤
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Com o crescimento do veganismo, cada vez há mais pais que transmitem aos seus filhos os valores deste princípio de não-violência. No entanto, é algo que continua a não ser bem aceite, principalmente pela alimentação estar fortemente envolvida. Os costumes especistas, com os quais ensinamos as crianças a ver a exploração animal como necessária e inofensiva, também colocam barreiras.
Precisamente por isso, é importante romper essas barreiras e mostrar o que está para além do estereótipo pejorativo do veganismo – e não há melhor forma de o fazer através das experiências pessoais de famílias veganas.
A Joana Silva é a autora do Just Natural Please, um blogue no qual partilha as suas paixões – incluindo o veganismo, a alimentação saudável e, actualmente, a parentalidade. É a mãe babada do risonho João Diogo e um sólido testemunho de que é possível, acessível e saudável criar crianças mais compassivas.
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A maravilhosa Filipa Range é a criadora d'A Cozinha Verde e, assim como outras mães veganas, irradia saúde e mostra como é perfeitamente compatível ter uma alimentação sem quaisquer produtos de origem animal durante a gravidez e amamentação. Os bebés e as crianças também estão incluídos, com estudos médicos que indicam que a nutrição à base de plantas consegue ser mais benéfica para eles quando bem planeada. A chave está em distribuir bem os nutrientes a partir de refeições variadas, aspecto que a Filipa respeita e que partilha aqui connosco, bem como outras experiências e a sua visão enquanto vegana e mãe de um alegre e saudável rebento.
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Sê sincera/o
Com isto não se está a dizer para levar a criança a assistir Earthlings e suportar quinze anos de contas de terapia. Diz-lhe que algumas pessoas não vêem os animais da mesma forma que nós, que há muito tempo as pessoas comiam animais como os leões comem as zebras mas que, actualmente, temos supermercados e, por isso, não precisamos de fazer-lhes mal. Em vez disso, somos amigos dos animais e preferimos comer os nossos vegetais preferidos. Explica o que é um ovo ou brinca com isso, de como é nojento comer algo que sai do rabo de uma galinha. Ajuda a criança a fazer essa ligação com o ovo, para que perceba que produtos vindos de animais também não são comida.
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Por coincidência, ou talvez não, o aumento do veganismo tem gerado inúmeros “estudos” que procuram problematizá-lo, criando desvantagens, obstáculos e doenças que não existem. Um desses estudos, que foi publicado recentemente pela Revista Superinteressante, anuncia que as crianças que consomem leites vegetais são mais baixas em comparação com as que consomem leite de vaca. De acordo com o mesmo, “após analisarem 5034 meninos e meninas de 2 a 6 anos de idade, os especialistas notaram que a diferença de altura de uma criança de 3 anos que tomava três copos de bebida vegetal para outra da mesma idade que bebia três copos de leite de vaca era de 1,5 centímetros”.
O artigo continua com a questão do cálcio para um correcto desenvolvimento infantil, comparando o leite de vaca com arroz e nozes e rematando que o primeiro tem mais cálcio dos que os últimos. Esqueceram-se foi de referir que existem mais alimentos ricos em cálcio e que o leite está cheio de pus e hormonas, mas a Julia Harger do Vegana é a sua mãe esmiuçou o artigo até à última centelha e tratou de desmascará-lo como só ela consegue fazer. Obrigada Julia, por dares um chapadão de luva branca ao sensacionalismo bacoco patrocinado pelos interesses da indústria dos lacticínios. Vale realçar que a Julia tem uma filha lindíssima, a Domi, que transpira vitalidade e não consome quaisquer alimentos de origem animal, revelando que é possível criar crianças felizes e saudáveis sem explorar e matar seres sencientes.
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Outrora desconsiderados e desvalorizados, os animais e os seus direitos passaram a ser um dos assuntos mais ensinados e transmitidos para as crianças, o que revela o crescimento da consciência vegana dentro do universo infantil. Ruby Roth é considerada a pioneira dos livros sobre veganismo para os petizes, sendo que ela não está mais sozinha nesta luta pacífica: por cá também já se afirma a importância deste empoderamento moral com obras inseridas no mesmo contexto.
Aos especistas ferrenhos, que acusam a protecção dos animais como uma modinha chata, preparem-se: a próxima geração vai ser mais batalhadora, mais dedicada e mais chata ainda!
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A Julia Harger, do blogue Vegana é a sua mãe, pediu autorização ao First Steps Nutrition Trust para traduzir, para o português do Brasil, um guia bastante prático sobre a alimentação exclusivamente vegetal para bebés e crianças até aos cinco anos.
Assim como a Julia frisou a diferença cultural entre o Brasil e o Reino Unido (país no qual o livro supracitado foi criado), em Portugal essas diferenças também encontram-se visíveis: no guia, por exemplo, muitas receitas incluem frutas enlatadas e nós temos o hábito de comprá-las no seu estado natural. Para além disso, é importante não substituir a ajuda profissional por este guia. Consulte um médico sempre que considerar pertinente (embora muitos continuem desinformados e considerem a alimentação vegana para crianças um caso de polícia, mas deixemos isso para lá).
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