tag:blogger.com,1999:blog-43957945263045307502024-03-13T19:00:40.810+00:00Raposa Herbívora | Libertação animal, na teoria e na práticaMelhttp://www.blogger.com/profile/12508427300728599241noreply@blogger.comBlogger217125tag:blogger.com,1999:blog-4395794526304530750.post-14521618494919078652024-02-07T10:16:00.001+00:002024-02-07T10:16:00.232+00:00Cosmética natural | Desodorizante Miristica<img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgM-_6baGAv0L_aHGdA3SqM94sue7WZWvp5FIY7__tsLk6ICx4xA0LUlRGcMsZnFLdPM-dgf_3taNHCU3r6lukb03qCVUX2MqmnNDhBoU-iOUn4tMKFwLjuiQVDsKdOQXiuhUCpxmi-n8liHPlrbFJDZAL7CTpt3oaQvALeOr85np4-_SjnxtYJl-X681o/s16000/miristicadeo.JPG" /><br /><br /><div style="text-align: justify;">Procuram por cosméticos que, além de não testados em animais, só têm ingredientes do bem e são artesanais? Então fiquem por aqui, que este post é para vós. Quem me segue há algum tempo sabe que sou fã da Miristica, um dos nossos tesouros de cosmética nacional e feita à mão. Descobri a marca no ano em que a Inês a lançou, já lá vão quase 10 anos. Das suas alquimias bonitas que já usei, o desodorizante ainda não tinha sido uma delas – e continuo sem acreditar que só decidi experimentá-lo agora.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Andava desesperadamente à procura de um desodorizante que me ajudasse a amenizar o odor axilar: o corpo tem as suas maneiras peculiares de se transformar depois de ser casinha de outro ser vivo e, pelos vistos, achou interessante apresentar-me a belíssima da bromidrose 🌚 Perdi a conta de quantos desodorizantes experimentei, tanto artesanais como convencionais, sendo que nenhum estava a conseguir ser eficaz. Até o formato <i>spray</i>, que tinha abandonado há anos por razões ecológicas, tornei a usar tal foi a aflição. Tudo em vão. As bactérias das minhas axilas só se riam das minhas tentativas frustradas de as neutralizar.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Foi por (um feliz) acaso que efectuei uma encomenda com a Inês e aproveitei para conversar com ela sobre esta situação. Passados uns dias recebi um desodorizante dela juntamente com a minha compra <span style="text-align: center;">♡</span> Este é com aroma a eucalipto, obtido exclusivamente a partir de óleo essencial, e a base é de óleo de coco, cera de soja (não OGM) e manteiga de karité prensada a frio. Os restantes componentes são o bicarbonato de sódio, argila branca, amido de milho e óleo essencial de<i> tea tree</i>, que é naturalmente um antibacteriano. É isento de água, o que o torna altamente concentrado, pelo que uma pequena dose basta.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Coloquei uma camada fina enquanto fazia figas com todas as forças. A textura é granulosa por conta do bicarbonato de sódio mas não arranha a pele e o desodorizante espalha-se bem. Não mancha a roupa e, como fica sequinho assim que é colocado, não forma aquela espécie de película super desagradável que parece baba de camelo raivoso. Logo por aí gostei dele e desejei muito que resultasse comigo.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Nas primeiras aplicações não conseguiu fazer efeito, devido à pele ter sido constantemente impregnada por antitranspirantes: assim como fiz com os desodorizantes anteriores continuei a insistir, na esperança de que funcionasse.<br />E assim o foi. Ao fim de sete dias, mais coisa menos coisa, o cheiro passou a ser zero. Os dias passaram para semanas e cá estamos nós implacáveis. Agora as minhas axilas são um pequeno eucaliptal graças à Inês. Ah, mulher, que sejas eternamente abençoada ♡</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Os desodorizantes da Miristica são sustentáveis desde o conteúdo à embalagem, sendo armazenados em frascos de vidro. Há em dois tamanhos e, além de eucalipto, há de alfazema ou neutro (sem aroma).</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Preço: 6€ (40ml) e 14€ (14ml)</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: center;"><b>MIRISTICA</b></div><div><div style="text-align: center;">100% vegano ♡ 0% de crueldade ♡ Ecológico</div><div style="text-align: center;"><a href="https://miristica.pt/" target="_blank">Loja online</a> | <a href="https://www.instagram.com/miristica.biocosmetica/?refer=miristica.pt" target="_blank">Instagram</a></div></div>Melhttp://www.blogger.com/profile/12508427300728599241noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4395794526304530750.post-54053888329837988242024-01-08T10:30:00.000+00:002024-01-08T10:30:00.120+00:00Rascunhos Antiespecistas | Os peixes também sentem<img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6oy-sydrF39yvWHn1RbveI14K20zpry581ltm2LCWZzy0JNMJaZkbFKlIddB1N6dHkcf5fixj_z_feKmqeqhFxiBFS3qoVQfYdSHAMNziXUs96KASpoeKdCvnDOA8xVpPOhjmrV3_nAXdql7QgrEzDGgKj8lC24P2udUaHo46pvjE4DqvTzWeOZxVVBA/s16000/peixe.jpeg" /><br /><div style="text-align: justify;"><br />Finalmente: três quartos de século depois de ter anunciado, consegui iniciar esta rubrica! Já há algum tempo que pretendia partilhar por aqui textos mais teóricos relacionados com direitos dos animais, mas é conteúdo que exige duas coisas que, neste momento, não tenho: cabeça e tempo. Ainda assim, estava a custar-me imenso não avançar com ela, pelo que pensei em, pelo menos, traduzir algum estudo relacionado com a senciência dos animais – um tema que considero de suma importância divulgar e desenvolver para uma compreensão mais aprofundada sobre estes nossos irmãos tão maltratados por nós.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Então recordei-me de um artigo que li, há alguns anos, sobre as investigações de Jonathan Balcombe sobre os peixes, as quais ele reuniu num <a href="https://www.goodreads.com/book/show/26114430-what-a-fish-knows" target="_blank">livro</a>: encontrei a obra em inglês e já a adquiri para, futuramente, escrever aqui os meus pareceres sobre.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Já escrevi um <a href="https://www.raposaherbivora.pt/2017/10/mas-nem-peixe.html" target="_blank"><b>artigo</b></a> extenso sobre a senciência dos peixes, no qual juntei diversos estudos científicos: no entanto, por serem dos animais mais discriminados por nós nunca é demais sabermos mais sobre eles.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><b>Sobre o autor:</b></i> <a href="https://www.jonathanbalcombe.com/" target="_blank">Jonathan Balcombe</a> é um etólogo inglês. O seu trabalho está distribuído em mais de 60 artigos científicos e em seis livros, todos eles relacionados com a senciência e o comportamento animal. É editor associado da revista <i><a href="https://www.wellbeingintlstudiesrepository.org/animsent/" target="_blank">Animal Sentience</a></i>, da <a href="https://www.wellbeingintlstudiesrepository.org/hsisp/" target="_blank">Humane Society Institute for Science and Policy</a>, e dá palestras sobre comportamento animal e a relação que temos com os mesmos.</div><br />Este texto é uma tradução de uma <a href="https://www.npr.org/sections/thesalt/2016/06/20/482468094/fish-have-feelings-too-the-inner-lives-of-our-underwater-cousins" target="_blank">entrevista para a NPR</a>.<br /><br /><p></p><div style="text-align: center;">--------------------------------</div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;"><span style="font-family: times; font-size: x-large;"><b>Os Peixes Também têm Sentimentos: A Vida Intíma dos Nossos <i>Primos Subaquáticos</i></b></span><br /><span style="text-align: left;">Jonathan Balcombe | NPR </span><span style="text-align: left;">• Junho de 2016<br /><div style="text-align: justify;"><br />Quando pensamos em peixe, provavelmente é na hora do jantar. Já Jonathan Balcombe, por outro lado, dedica-se a investigar sobre a vida emocional dos peixes. Balcombe, que actua como director da [revista] <i>Animal Sentience</i> da Humane Society Institute for Science and Policy, declarou a Terry Gross, da Fresh Air, que os humanos estão mais perto do que nunca de entender os peixes. “Graças aos avanços na etologia, sociobiologia, neurobiologia e ecologia, podemos agora compreender melhor como é o mundo para os peixes”, diz Balcombe.<br /><br />No seu novo livro, <i>What A Fish Knows: The Inner Lives Of Our Underwater Cousins</i>, Balcombe apresenta evidências de que os peixes têm uma consciência — ou “senciência” — que lhes permite sentir dor, reconhecer humanos individuais e ter memória. Ele argumenta que os humanos deviam avaliar as implicações morais em relação a como capturamos e exploramos os peixes. “Nós matamos entre 150 milhões e mais de 2 biliões de peixes por ano – e a forma como morrem (na pesca comercial) é, de facto, bastante sombria”, alerta. “São inúmeras as mudanças que se fazem necessárias para se reflectir numa melhoria na nossa relação com os peixes”.<br /><br /><div style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: medium;">Destaques da entrevista</span></b></div><br /><i><b>Sobre como podemos saber se os peixes estão a sentir dor</b></i><br /><br />O estudo mais primoroso sobre a dor em peixes que já vi foi feito há alguns anos por uma bióloga chamada <a href="https://news.liverpool.ac.uk/2019/09/25/fish-experience-pain-with-striking-similarity-to-mammals/" target="_blank">Lynne Sneddon</a>, no Reino Unido. Ela recorreu a peixes-zebra, que são comumente usados em pesquisas. E o que eles [grupo de estudo] fizeram foi colocar um cardume de peixes-zebra — não me lembro de quantos, talvez uns trinta — num tanque complexo que tinha dois espaços. Um dos espaços estava ornamentado, com pedras e vegetação: já o outro era árido. Provavelmente já adivinhaste em qual espaço os peixes passaram todo o tempo – no ornamentado. Os peixes apreciam lugares para se esconder e também de um ambiente estimulador.<br />Depois, injectaram nos peixes uma de duas substâncias. Uma delas foi uma solução ácida, conhecida por ser cáustica e presumivelmente dolorosa para os peixes, caso eles sintam dor. A outra, administrada em metade dos peixes, que foram seleccionados aleatoriamente, era soro fisiológico. Os peixes foram observados, para ver como se comportavam, e todos continuaram a nadar na parte do tanque mais ornamentado. Então, foi dissolvida uma solução analgésica no espaço vazio – e eis que alguns peixes começaram a migrar e a nadar para ficar naquela área totalmente indesejável, tendo sido apenas aqueles que foram injectados com o ácido e não os que foram injectados com a solução salina. Penso que seja uma demonstração bastante convincente da dor nos peixes.<br /><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIxQGOdOa5K1hantUfDlNUszKua6WipE8nNbABzBmwCuDUhdnSRpTrdW_KMuxoaEPFVE9DCv4TKEJSEA6y-aH5gH2E7bsEAEXq_KnYtayQIDfn5b8Kj2qySTZELZwedzpsuYzcO3k0xl-v6kImzTJQQqxCNRp4AZr8XJVej-uyctRieldWgsrhcwR7ZsE/s16000/lone-jensen-2156316.jpg" /></div><div style="text-align: center;"><br /></div><b><i>O que significa senciência animal</i></b><br /><br />A senciência é como a gravidez: estás grávida ou não; és senciente ou não. E se um animal é senciente, o que é indicador de algum tipo de consciência, com particularidade na capacidade de sentir dor e, ainda diria, por extensão, de sentir prazer, então, para mim, isso figura que o animal tem tracção moral, ou deveria ter tracção moral – grosso modo, que o animal merece a consideração dos outros. Porque aquele animal pode ter um dia bom e um dia ruim e podem acontecer coisas boas ou ruins com ele. E isso, como eu disse, é a base da ética.<br /><br /><b><i>Sobre alguns peixes de recife que parecem reconhecer mergulhadores individuais</i></b><br /><br />Houve um novo estudo que mostrou o reconhecimento individual de rostos humanos por peixes; sendo assim, é altamente provável que reconheçam mergulhadores individuais. Eles aparecem [para os mergulhadores] para serem acariciados; quase parecem cães. Não sei se eles rolam para que a barriga seja acariciada, embora alguns tubarões entrem num aparente estado de euforia quando têm a barriga esfregada.<br /><br /><i><b>Sobre com os peixes usam uma “linha lateral” para sentir a pressão da água e navegar à noite</b></i><br /><br />[Os peixes] têm alguns outros sentidos muito interessantes e que valem a pena mencionar. Um deles é a sensação de pressão ou movimento da água graças a uma linha lateral. Estamos agora a falar de peixes ósseos, não de tubarões ou raias; são os peixes ósseos que possuem essa linha. Podemos notar uma fileira escura de escamas ao longo da linha central de um peixe ósseo, e essa é, na verdade, uma sombra projectada por essas escamas específicas. Há uma depressão em cada uma dessas escamas, e nessa depressão existem pequenas câmaras em forma de copo, que contêm gel e pequenos pêlos que projectam e detectam mudanças de pressão. É muito útil para navegar à noite, para evitar coisas perigosas em condições de visão limitada, entre outras situações do género.<br /><br /><i><b>Sobre os sentidos eléctricos que alguns peixes possuem</b></i><br /><br />Alguns peixes, incluindo tubarões e acho que também as raias, são electrorreceptivos, ou seja, podem detectar sinais eléctricos de outros organismos. Também há peixes electroprodutores: os peixes-faca da América do Sul e os peixes-elefante são ambos produtos de electricidade. São providos de EODs, que são descargas eléctricas de órgãos, e usam-nos como sinais de comunicação – e o modo como o fazem é impressionante: por exemplo, eles mudam a própria frequência se nadarem perto de outro peixe com frequência semelhante, para não se atrapalharem e se confundirem. Eles também mostram deferência desligando os seus EODs quando passam por um detentor de território – até porque não é boa ideia irritá-lo, pelo que provavelmente é melhor ficar “em silêncio” durante esse momento.<br /><br />As percepções e habilidades sensoriais dos peixes são fruto de mais de 400 milhões de anos de evolução, pelo que não é propriamente surpreendente que eles tenham formas fascinantes de sentir os seus ambientes.<br /><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhmhwpC3RlPp3dGb_BSyHK6v0tkDWKfFXHdf6AMRYom_smIV8OWMgwO89CB-5bUmF3FIiceXk6cXJiZRqfNJRfRve-uq_klHSftAecj7q65AEnbTZWxttBrkMMo2rlfOUSpeaFV5gpa_YtNZy_gYGFQHNwJ3hwQz13eeavzziACnT_Xj_XtsJf6ZjzWj70/s16000/cardumearenques.jpg" /></div><div style="text-align: center;"><br /></div><i><b>Sobre os peixes recorrerem a flatulência como meio de comunicação</b></i><br /><br />Há um exemplo realmente curioso que envolve arenques e que não resisto em citar. Acho que se inventasses uma frase que melhor captasse isso, uma frase delicada, <i>comunicação flatulenta</i> talvez fosse o termo apropriado. Eles [os arenques] vivem em cardumes enormes e emitem gases do ânus em grande número, o que emite um som. E eles parecem usar isso como um dispositivo de comunicação – talvez para sinalizar aos outros que é hora de subir ou descer da coluna de água, por ser aquela altura do dia em que os predadores aparecem mais.</div><div style="text-align: justify;"><br /><i><b>Sobre o comércio de peixes e a popularidade do cirurgião-patela, o peixe apresentado em Finding Dory</b></i><br /><br />Alguns dos métodos de captura [destes peixes] são hediondos: envenenamento por cianeto, que mata muitos dos peixes visados, bem como aqueles que não são alvo, além de ocasionalmente serem utilizados dispositivos explosivos. E depois temos as vicissitudes do transporte, onde são levados através dos continentes e a taxa de mortalidade é bastante elevada.<br />A Dory [do filme da Pixar] é um cirurgião-patela: como o filme vai chamar muita atenção para esta esta espécie, é certo que a mesma será popular no comércio de peixes [para aquários]. Infelizmente, os cirurgiões-patela, ao serem capturados na natureza, estão sujeitos a alguns males dessa indústria. Precisamente por isso, estamos a fazer uma campanha activa na tentativa de desencorajar as pessoas de comprarem esses peixes: quando compras um produto estás a dizer ao fabricante para continuar a vendê-lo e nós não queremos que isso aconteça. ■<br /><br /><br /><i>Imagens: Pexels e Google</i></div></span></div>Melhttp://www.blogger.com/profile/12508427300728599241noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4395794526304530750.post-92169512761710857182023-11-09T10:38:00.024+00:002023-12-11T10:42:10.445+00:00Documentário mostra ligação entre exploração animal e racismo ambiental<div style="text-align: center;"><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoWqdsW5YqiEjrVmC7Tn0M0k2ZmLEf9s-m8eD1BtEr1dY00m8eHzPphDfKm_sDPq05JavBtNYfn8VEC_hYES75wuhER1QgcawbsX6_irbcrhDQHn4guZRaF-lIvl8FCu-lcF5yj2-aOmv9SV4URmJyJwo5YtJswwG_obLGteHnSuMaMu_0lTb_N57zvQs/s16000/the_smell_of_money.jpg" /></div><div style="text-align: justify;"><br />Por mais que tentemos desligar os movimentos sociais uns das outros, a verdade é que estes permanecem interligados. Negá-lo só ajuda a fortalecer ainda mais os problemas que procuramos resolver e as opressões que sonhamos em dissolver. E o veganismo não é excepção.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A importância de encarar o veganismo como luta política no colectivo — fugindo da imagem que ergue maioritariamente, como um estilo de vida e mero consumo individual — é fulcral para conseguirmos as tão desejadas jaulas vazias. Para isso, tal óptica requer compreender como as discriminações se comunicam – mostrando, assim, que sem libertação humana não poderá haver libertação animal.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><b>The Smell Of Money</b></i> abre uma janela para visualizarmos um pouco esse vínculo – neste caso, entre o especismo e o racismo, no qual a natureza também é afectada. O documentário denuncia os impactos sofridos pelos habitantes de Duplin, na Carolina do Norte, EUA, causados pela Smithfield, uma das maiores exploradoras de porcos. Os moradores são predominantemente negros e, apesar da batalha judicial que decorre há décadas, a empresa continua a escudar-se com a indiferença e parca influência política, visto a Carolina do Norte permitir que pecuárias descartem os dejectos dos animais borrifando-os pelo ar com recurso a máquinas. As consequências são terríveis: restrição de ar puro e pouco acesso a água limpa, bem como os excrementos revestem constantemente as paredes exteriores das casas.</div><div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Entre 2018 e 2019, <a href="https://ncnewsline.com/2020/02/03/a-federal-appeals-court-judges-remarkable-speech-is-the-latest-surprise-in-ncs-hog-nuisance-lawsuits/" target="_blank">um dos juízes que tratou deste processo</a> referiu que, se fossem mansões de ricos e políticos, no lugar de pessoas pobres, a celeuma teria sido imediatamente resolvida com o cessar da empresa pecuária. A sua declaração, brutalmente crua mas necessária, escancara como o sistema ignora descaradamente indivíduos de certas classes e etnias, bem como não olha a meios para transformar animais em lucro.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Kate Mara, uma das produtoras do documentário, declarou: “Esperamos que o filme enfureça as pessoas pelo flagrante desrespeito da pecuária pelo bem-estar animal, ambiental e pelas comunidades carentes, nas quais a indústria instala-se e destrói vidas. Não podemos continuar com o nosso actual sistema alimentar e ignorar o racismo ambiental que assola estas comunidades.”</div></div><div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O documentário está actualmente a ser exibido em alguns cinemas estadunidenses e, de acordo com o <a href="https://www.smellofmoneydoc.com/" target="_blank">site oficial</a>, ficará brevemente disponível em <i>streaming</i>. Vejam o <i>trailer</i> abaixo:</div><div style="text-align: justify;"><br /></div>
<div class="video_outer_wrap"><div class="video_wrap"><iframe allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture; web-share" allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/ZgonVE-atgQ?si=RUUzJHg1xviyeRTA" title="YouTube video player" width="560"></iframe></div></div>
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<br /><i>A Raposa está no WhatsApp: sigam o <a href="https://www.whatsapp.com/channel/0029Va94N7m8KMqq27DlKY0H"><b>canal</b></a> para ficarem a par das novidades</i> ♥</div>Melhttp://www.blogger.com/profile/12508427300728599241noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4395794526304530750.post-62475093055416467842023-10-30T11:28:00.000+00:002023-10-30T11:28:13.830+00:00A Raposa está no WhatsApp!<div style="text-align: center;"><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhWkCIVEUUqO2dFPswGUH5DEPP8_QikmOCo3kH3tvK7pbqpdLq_D3duUzWksTo8oGmXmQOpAwt9p_IvGoJbZbnBql7Y2gwL_ctKqiP12v5r5o3xf8PQHpHC76j18cjBjnGJjE_mXR1uTqfKIxclnPJfYfoFaCQ2365NQoLXyjPdRZy_8E_EbLRZI6vgSIM/s16000/raposa.jpg" /></div><p></p><div style="text-align: justify;"><br />Antes de mais nada, preciso de partilhar convosco que o blogue vai ficar em interregno. A falta de tempo, bem como a saúde emocional bastante abalada face à hediondez do que se está a passar actualmente, impede-me de conseguir escrever e desenvolver o que quer que seja. Prometo regressar quando o coração estiver mais calmo mas, de momento, não estou mesmo em condições para fazer publicações. No entanto, não desistam de mim e do blogue: apesar de pausado, não ficará eternamente parado.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Posto isto, anuncio que criei um canal no WhatsApp: funcionará como uma espécie de <i>newsletter</i>, algo que sempre esteve em falta, pelo que ficará muito mais prático acompanhar o blogue já que, assim, receberão notificações quando um artigo novo for lançado. Basta entrar no canal e seguir:</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: center;"><a href="https://whatsapp.com/channel/0029Va94N7m8KMqq27DlKY0H" target="_blank"><i><b><span style="font-size: medium;">Canal de WhatsApp da Raposa Herbívora</span></b></i></a></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Obrigada por continuarem desse lado. Até breve 🤍</div><p></p>Melhttp://www.blogger.com/profile/12508427300728599241noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4395794526304530750.post-51949917206028676472023-09-05T10:41:00.052+01:002023-12-11T10:39:15.543+00:00Nova rubrica do blogue: Rascunhos Antiespecistas<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIw_uOINgTHUlCLa-sCTI8wPpJSvJByIQz0ZNrO1-YpLteJK8F4vlmxQhIn3dMeqwAIBK5jSB6KFGrRe8YAT744hLJoDwg471lz085PeAnEXe9ZOE87zSfaKwmw0hYSC5mTKR0bq6Z2BZJ3DfQVcSOLu92xFbP_xQALOE0jNStG-sytXK332X5SDvZ2aE/s16000/call.me.cliff%20.png" /><br /><div style="text-align: justify;"><br />Quando idealizei o blogue, há uns bons anos, a intenção primeira era partilhar textos de cariz mais teórico sobre direitos dos animais. Sempre senti que esta esfera é bastante esquecida e que merece ser um pouco mais trabalhada por, a meu ver, ser onde começa toda a acção de sensibilização e informação – e, além disso, enriquece e fortalece bastante a componente prática da causa em questão.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Involuntariamente desviei-me do principal objectivo do blogue pelo que, depois de algum descanso mental e reajustamento de prioridades, decidi criar os <i><b>Rascunhos Antiespecistas</b></i>, uma rubrica especialmente dedicada a conteúdo teórico sobre tudo o que esteja ligado a ética animal. Nela encontrarão:<br /><br /></div><div><div style="text-align: justify;">– Textos filosóficos sobre ética animal;</div><div style="text-align: justify;">– Traduções de artigos científicos sobre senciência e emoções nos animais;</div><div style="text-align: justify;">– Artigos sobre antiespecismo interseccional.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Para terem uma ideia do tipo de textos que irão compor esta rubrica, espreitem:</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><a href="https://www.raposaherbivora.pt/2018/11/os-animais-na-mitologia-grega.html"></a><a href="https://www.raposaherbivora.pt/2018/11/os-animais-na-mitologia-grega.html">Os animais na mitologia grega</a><br /><br /></div></div><div style="text-align: justify;"><a href="https://www.raposaherbivora.pt/2022/03/podemos-amar-e-comer-animais.html">Podemos amar e comer animais?</a><br /><br /></div><div><div style="text-align: justify;"><a href="https://www.raposaherbivora.pt/2016/08/o-nosso-fascinio-pelos-animais-consegue.html">O nosso fascínio pelos animais consegue ser mórbido</a><br /><br /></div><div style="text-align: justify;"><a href="https://www.raposaherbivora.pt/2015/11/o-desafio-do-veganismo-costumes.html">O desafio do veganismo: costumes especistas e manipulação publicitária</a><br /><br /></div><div style="text-align: justify;"><a href="https://www.raposaherbivora.pt/2019/03/emocoes-nos-animais-marc-bekoff.html">Emoções nos animais, de Marc Bekoff</a><br /><br /></div><div style="text-align: justify;"><a href="https://www.raposaherbivora.pt/2015/11/senciencia-consciencia-de-si-nos-animais.html">Senciência e sentimento de si nos animais</a><br /><br /></div><div style="text-align: justify;"><a href="https://www.raposaherbivora.pt/2013/12/nao-e-cliche-afirmar-que-um-individuo.html">Matar animais: o primeiro passo para a psicopatia</a></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Além desta rubrica, irei passar a apresentar documentários e livros sobre direitos dos animais, com o intuito de enriquecer ainda mais toda esta temática.<br /><br />Não basta querer combater o especismo: é vital desconstruí-lo e isso envolve mergulhar em mares revoltos e desconfortáveis, mas que ajudam a despertar a nossa consciência para a relação que estabelecemos com os animais – e como a mesma é terrivelmente injusta, cruel e alimenta outras tantas opressões sociais. Com esta rubrica pretendo, além de regressar ao estilo de escrita que mais gosto, convidar, a quem tiver interesse, a uma reflexão mais profunda sobre a luta antiespecista e tudo o que a ela está interligado. Tenho vários assuntos que desejo desenvolver mas que necessitam de ser estudados com calma, o que tornará o desenrolar desta rubrica demorado – todavia, com o coração tranquilo, valerá muito mais a pena ♥<br /><br /><i>imagem: @call.me.cliff</i></div></div></div>Melhttp://www.blogger.com/profile/12508427300728599241noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4395794526304530750.post-69094124076763584452023-05-22T11:16:00.021+01:002023-05-22T11:16:00.122+01:00Cosmética natural | Cuidar a pele do bebé com Saponina ♡<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXrrsp5J1EaKsG2Kv1kpTBdIdXNJ1wr01pIbZNRATS8xfrOJLno9ZNsSgoow84qifBitLZ1DoGk6N6dsf2eRyZ1XObKiwZMpnxKilpAaGM739KIrHuoA_nxa9S3VfmzECWTHv2VxsSaUi88s7IZSbm-y3h12fmmAh6scbPFaMo2aBFveZPj1mjBVaU/s16000/DSC_1095.JPG"><br><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">Se tivesse de escolher uma palavra para definir a <a href="https://www.instagram.com/saponina_nature/?hl=pt" target="_blank">Saponina</a> seria <i>cuidado</i>: desde os ingredientes à estética minimalista e delicada, é impossível não reparar na dedicação que a Liliana tem, com gosto genuíno, no seu trabalho. Recordo-me quando conheci a Saponina há uns bons anos: na altura, a Liliana ainda só fazia velas perfumadas, saquinhos terapêuticos (com arroz e lavanda que, quando aquecidos ou arrefecidos, ajudam nas dores de cabeça, menstruais, etc.) e pouco mais. De longe fui acompanhando o crescimento do seu catálogo que, agora, conta com uma quantidade generosa de cosméticos, incluindo uma linha para bebés – que descobri, precisamente, por andar à procura de produtos para a minha bebé que fossem mais ecológicos. E que descoberta feliz esta ♡<span></span></div></div><a href="https://www.raposaherbivora.pt/2023/05/cosmetica-natural-saponina-bebe.html#more">LER MAIS »</a>Melhttp://www.blogger.com/profile/12508427300728599241noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4395794526304530750.post-85768405828253776472023-04-18T10:50:00.001+01:002023-04-18T10:50:00.198+01:00Maternidade Vegana com a Bárbara Magalhães 💙 barbaRAWords<div style="text-align: center;"><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiC1-GoeeNXPgmdIHZ4VMkMGeKWpLd0Dm4DZ1zWZk_fkcwkcRuzPelYT8WIrLzZAKRVY4zQkofzt5qp9lxUoROAxB9c9p_xRxoMTnR04HvFJqdgJNM8h-7q3aqUaGAmEgZLKja_8M78_F608BVtG87SoyTzUmxO9Ms1zKlzEYSOdCXuToYYc0csvBk3/s16000/unnamed.jpg" /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Bárbara. Uma força da natureza. Livro aberto, coração resiliente. Mãe fera, mãe colo. Que se abre, inteira e infinita, num abraço que carrega três amores. Alma livre, inspiradora, por remar contra a maré das tradições que continuam a legitimar violências várias – desde o pequeno animal humano ao animal não-humano maior. Obviamente que ela não podia ficar de fora desta rubrica — caso contrário ficaria uma sensação de algo incompleto — e, assim como eu, espero que adorem cada palavra que ela aqui partilhou ♥</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><b>Fala um bocadinho de ti.</b></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Chamo-me <a href="https://barbaraword.wordpress.com/" target="_blank">Bárbara</a>, sou mulher fascinada pela vida, <b>mãe maravilhada de 3 filhos veganos</b> (11, 5 e 3 anos) e namorada <b>apaixonada</b> pelo homem que caminha a meu lado. Sou, enfim, uma mulher rendida aos sentimentos incríveis que se experimentam no turbilhão duma família recheada.</div><div style="text-align: justify;">Sou licenciada em Psicologia, mas actualmente prefiro mergulhar nos assuntos da <b>saúde física</b>, especialmente na sua associação com a alimentação e o estilo de vida. <b>Sou autora dos livros <i><a href="https://www.instagram.com/lexyomeninovegano/" target="_blank">Lexy, o menino vegano</a></i> e <i><a href="https://www.instagram.com/ondeestaaproteina/" target="_blank">Onde está a proteína?</a></i></b> e descobri uma paixão pelo desporto aos 43 anos: a musculação. A vida é cheia de descobertas boas.</div><div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div>
<div style="text-align: justify;"><i><b>Quando te tornaste vegana? Quais foram os motivos principais?</b></i></div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Tornei-me vegana em 2009. <b>Já tinha deixado de comer animais em 1999 depois de ter visto um documentário sobre a exploração de animais em diversas áreas.</b> Aquilo abanou o meu mundo: chorei durante semanas sempre que me lembrava, como pude eu estar adormecida tanto tempo?</div><div style="text-align: justify;">Mas, de 99 a 2009, embora tivesse longos períodos como vegana, acabava por ceder às tentações do queijo: na altura não existiam queijos veganos, senão teria sido muito mais rápido. Se compararmos as opções veganas de hoje com as que existiam naquela década, é absurdo. Quando me tornei ovolactovegetariana só existia soja desidratada e uns burgers que sabiam muito mal, hahaha. Eu sabia que animais não comeria mais mas o queijo foi realmente difícil; está provado que ele é, de facto, aditivo. Mas consegui, hoje sinto zero falta.</div></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><b>Como foi a tua alimentação durante as tuas gravidezes? Que cuidados tiveste?</b></i></div><div><div style="text-align: justify;"><br /></div>
<div style="text-align: justify;"><b>Tive mais cuidados a nível de suplementação:</b> reforcei iodo, B12, vitamina D3, K2, os ómegas. Tentava ser constante, pois, sabia que era importante ter bons valores, tanto para a gravidez como depois para amamentar (ainda amamento em <b>tandem</b> os dois mais novos). Também reforcei <b>alimentos ricos em ferro</b>, especialmente no segundo trimestre. Durante a gravidez e o aleitamento ingiro também mais calorias do que fora desse período, claro, tendo cuidado para ingerir <b>alimentos variados</b>, como vegetais, frutas, sementes, frutos secos, cereais, dando preferência aos que não têm glúten, super alimentos, etc.</div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh61bhgsLCbOviWH97ni6CnvsP0Av-nXnR1dEJR_4tr3c10CPRw0M_6yqgBevzSLy3tp5rDAfEyyiFn2L719K1M8JCwiDZhOjXXn08auUnVqCHuduV2ZO00QmBfgT6XN5gEQRPIRI9VnnZ80kFhWh041P-ubbxSMfJbKsPKFTjrvpUjBHIUqkH2Rn3i/s16000/3a72c22c45e40e8a5ec4fe929289aa10.jpg" /></div><div style="text-align: right;"><i><b>Arte de Catie Atkinson</b></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><b>Como é a alimentação em casa? Quais são as refeições preferidas dos teus filhos?</b></i></div></div><div>
<div style="text-align: justify;"><b><br /></b></div><div style="text-align: justify;"><b>É uma alimentação variada, tentando que seja a maioria do tempo bem saudável, mas também com alguns ‘pecados’ veganos de vez em quando.</b> Não deixamos de comer as nossas pizzas, bolos, gelados! A preferida do Lexy é lasanha caseira, a do Leonardo são couves, grelos, brócolos, ele delira com isso a qualquer hora do dia. O mais novo gosta muito de batidos com frutas, mas também adora uma coisa um pouco menos saudável mas que tenho de esconder no frigorífico para ele não estar sempre a pedir: <i>vuna</i> (aquela imitação de atum).</div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b><i>Como mãe de três crianças, como lidas com o especismo do dia-a-dia? E como é que as tuas crianças reagem a ele?</i></b></div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Já são tantos anos disto, que honestamente quase já não é assunto. Mas já foi. Na primeira gravidez tive de ouvir coisas como <i>“Estás a por a vida do teu bebé em risco com essa alimentação”</i> e depois dele nascer, <i>“Não vais ter leite nenhum”.</i></div><div style="text-align: justify;">Mas sabes, quando aos 6 meses fui à pesagem e o médico disse <i>“Ele está mesmo gordinho e saudável, andas-lhe a dar papas, não?”</i> e eu respondi <i>“Não, é mesmo só o meu leite”</i>, ele mudou a sua perspectiva sobre esta alimentação, dizendo coisas como <b><i>“Eu nunca vi um leite tão nutritivo como o teu, de facto a alimentação vegana tem tudo”.</i></b> Não foram necessárias discussões: <b>eles foram o exemplo vivo de que é possível ter uma gravidez saudável, filhos saudáveis e amamentação prolongada com uma alimentação<i> plant based</i>.</b></div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div></div><div><div style="text-align: justify;"><b><i>O teu filho mais velho foi a tua inspiração principal para o teu livro infantil </i><span style="text-align: left;"><i>“</i></span><i>Lexy, o Menino Vegano</i><span style="text-align: left;"><i>”</i></span><i>. Quando decidiste escrever o livro, qual foi o teu principal objectivo? Irás escrever mais livros infantis sobre veganismo futuramente?</i></b></div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A ideia para o livro começou em 2015; lancei o livro em 2016. O meu filho estava a crescer e <b>não havia um só livro em português sobre veganismo na altura para lhe mostrar</b>: encomendei um livro dos Estados Unidos mas ele era focado no mal estar dos animais. Eu queria falar do assunto duma forma leve, divertida, uma personagem com quem ele se identificasse, pois era o único vegano na sua escola. E na verdade foi um grande sucesso por isso, porque <b>muitas famílias não veganas viram no livro <i>Lexy, o menino vegano</i> uma ferramenta boa para apresentar o assunto aos filhos</b>. Também nas escolas foi e ainda é muitas vezes debatido com as crianças. Fiz algumas apresentações em escolas e todas foram de muito sucesso.
E sim, <b>estou a escrever um novo livro infantil no momento que espero lançar ainda este ano</b>!!</div></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div><div style="text-align: justify;"><i><b>Partilhas conteúdo sobre maternidade. Achas que as mães estão apagadas dentro do movimento vegano? O que podemos e dever fazer para as mães terem mais voz e espaço no veganismo?</b></i></div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">É assim, como eu sigo várias mães veganas, não vejo esse apagamento que referes, mas talvez sim, talvez fosse importante mais mães falarem da sua maternidade vegana para desfazer tantos medos e mitos que ainda existem. <b>Devíamos ver mais entrevistas, mais debates, mais páginas voltadas para a maternidade vegana, para que se banalize o assunto, já que é uma forma de alimentação e de vida cada vez mais comum.</b></div></div><div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUsrah5_lTnibfImfTHEAa7evucJYme2V4EH_iZT-jv0sXx7DlOvtfiqPNjMxUWKgbeyytIfv9ONY3KgV3ex66sbUezDAhu4H4to78WHw67dO5orwXLmGUibKFR5PlSZaSdX3mWk4zdBbklU4ZmHi2ExaMUMFqmm7yTL5qXuEbQp_1Ie0bQRm0daPX/s16000/6775318740_9f24f839d7_o.jpg" /></div>
<div style="text-align: right;"><i><b>Arte de Katie M. Berggren</b></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><b>Também partilhas sobre criação com apego e a importância de respeitar as crianças, ambas um pouco distantes da educação infantil padrão. A teu ver, já há alguma mudança geral nesse aspecto ou ainda muita resistência? Como podemos mostrar às pessoas adultas que a criação com apego não é ‘estragar’ as crianças e sim um passo fundamental para quebrar um ciclo de violência infantil que se perpetua há gerações?</b></i></div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Sem dúvida que existem mudanças, mas ainda há muito terreno para andar. Infelizmente não à velocidade ideal, mas estamos melhor do que estávamos na minha infância ou na tua, com certeza. Ainda vemos que sempre que alguém lança uma conversa sobre colo, sono acompanhado, amamentação, há resistência, há sempre alguém que fala na independência dos pequenos e no excesso de mimo. Tão longe da verdade, pois <b>o apego leva à segurança e futura independência</b>. Ou, sempre que alguém fala contra as palmadas há muita discussão, acredito que por muita culpa materna/paterna, pois é mais fácil esconder numa desculpa do que admitir erros e agir. Todos cometemos erros. Eu cometi imensos, mas <b>o importante é a consciência imediata desses erros, o desejo de mudar e a acção para mudar</b>.</div><div style="text-align: justify;"><b>Não aceito o conformismo, não aceito que simplesmente desistamos de ser melhores para os nossos filhos.</b> <b>Haverá luta mais importante de que esta? Do que fazermos o melhor para criarmos crianças felizes, seguras, protegidas, acarinhadas, respeitadas, que se tornarão um dia líderes, médicos, activistas, professores? Não me parece que haja algo mais importante para o futuro do que isto. Oferecer amor para ver amor no mundo.</b></div></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><b>Por fim, queres deixar uma mensagem para mães que são criticadas e/ou desincentivadas por serem veganas e criarem as suas crianças de acordo com os seus valores?</b></i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">
O meu conselho é: <b>estejam informadas e seguras das vossas opções</b>. <b>Quando estão seguras, essas críticas e tentativas de desmotivação não têm impacto em vocês.</b> Eu, por mais que tenha ouvido todo o tipo de presságio sobre a gravidez, amamentação, crescimento dos meus filhos, mantive-me firme, pois sabia que estava a trilhar o nosso melhor caminho. Sabia que aquelas vozes que me tentavam melindrar nasciam da ignorância sobre este assunto. <b>Porque deveria eu ficar medrosa ou recuar, quando sabia que quem me alertava não tinha qualquer conhecimento sobre este assunto em concreto?</b> <b>Estudem, leiam muito sobre alimentação (sempre, toda a vida, há sempre muito a aprender!), sigam mães veganas, fortaleçam os vossos passos, para que a vossa voz grite sempre mais alto do que todas as outras.</b> ■</div>Melhttp://www.blogger.com/profile/12508427300728599241noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4395794526304530750.post-10409129867751723712023-04-10T09:53:00.032+01:002023-07-21T20:37:16.296+01:00Investigação denuncia a ligação entre produção de colagénio e violência contra indígenas<p></p><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj3VzcQOTLUmo_yj_qYfJOasEjxzHiduFjwCx2TlTjoYSPsRTYQUxTnY4PvpRvBJQKCN5zgWdTfSAVMZQ4uHTMFr30TQk0noEYCKde9yV1d2Js1sFU4Ri60CF4-6Gk4rZBlUdwvx5hnfOvTBPX_AresHafQPqNkMZ9Wf8_Yg8W-De5PvI3-nWM3JKU_/s16000/eyJidWNrZXQiOiJhc3NldHMyLnRoZWJ1cmVhdWludmVzdGlnYXRlcy5jb20iLCJrZXkiOiJ1cGxvYWRzL0thdGlhLmpwZyIsImVkaXRzIjp7ImpwZWciOnsicXVhbGl0eSI6MTAwLCJwcm9ncmVzc2l2ZSI6ZmFsc2UsInRyZWxsaXNRdWFudGlzYXRpb2.jpg" /><br /><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i><b>Nota do blogue:</b></i> em 2021 fiz um pequeno <a href="https://www.raposaherbivora.pt/2021/08/colagenio-animal.html" target="_blank">artigo</a> sobre a ineficácia do colagénio enquanto produto ingerido ou aplicado. Não me debrucei tanto sobre a crueldade animal, visto acreditar não ser necessário fazê-lo quando já a expus por diversas vezes noutros textos.</div><div style="text-align: justify;">Há uns dias, deparei-me com esta <a href="https://www.thebureauinvestigates.com/stories/2023-03-06/collagen-wellness-industrys-star-product-drives-deforestation-and-rights-abuses?fbclid=PAAaa6JsE52UKNEVDnBx4O-0eBn25K6_OTLooUwAtBOhmVNcIPepVrlP21u9U" target="_blank"><b>reportagem</b></a> sobre a conexão sórdida entre o colagénio e a desflorestação da Amazónia, bem como a violência cometida contra as comunidades indígenas que tanto lutam para a proteger. No nosso dia-a-dia, mesmo não vendo, mesmo não sabendo, produtos aparentemente inofensivos escondem uma teia hedionda de atrocidades. Atrocidades contra animais, contra a natureza, contra os próprios humanos. Atrocidades que, camufladas por um véu entorpecedor, unem-se num abraço grotesco carregado de dor, sangue e lágrimas.</div><div style="text-align: justify;">Por esse motivo decidi pegar nesta investigação e traduzi-la. Porque precisamos de ver.</div><div style="text-align: justify;">Precisamos de saber.</div><div style="text-align: justify;">Precisamos de mudar.</div><p></p><p></p><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: center;"><b>***</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><p></p><p></p><div style="text-align: justify;">O mau cheiro chega antes dos camiões, que estão carregados com peles que foram arrancadas de carcaças de gado dias atrás. As moscas estão por toda a parte.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Os camiões vão para Amparo, uma pequena cidade industrial do estado de São Paulo, sudeste do Brasil. Aí, a Rousselot, uma empresa que pertence à texana Darling Ingredients, extrai o colagénio – um ingrediente presente em suplementos de saúde e que está no centro de uma mania global de bem-estar.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Mas, enquanto os consumidores mais entusiasmados do colagénio afirmam que essa proteína pode melhorar cabelo, pele, unhas e articulações, por retardar o processo de envelhecimento, a mesma tem um efeito questionável na saúde do planeta. O colagénio pode ser extraído da pele dos peixes, porcos e gado, mas por detrás da popular variedade “bovina”, em particular, existe uma indústria sombria que impulsiona a destruição de florestas tropicais e alimenta a violência e os abusos dos direitos humanos na Amazónia brasileira.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Uma investigação da <a href="https://www.thebureauinvestigates.com/" target="_blank">Bureau of Investigative Journalism</a>, The Guardian, ITV e <a href="https://ojoioeotrigo.com.br/" target="_blank">O Joio e O Trigo</a>, descobriu que [a criação de] dezenas de milhares de bovinos criados em fazendas, que estão a destruir as florestas tropicais, foram processados em matadouros ligados a cadeias internacionais de fornecimento de colagénio.</div><p></p>
<br />
<center><div style="height: 0px; left: 0px; padding-bottom: 56.338%; position: relative; width: 100%;"><iframe allow="encrypted-media;" allowfullscreen="" scrolling="no" src="https://player.vimeo.com/video/805058933?h=51f4de546f&app_id=122963&byline=0&badge=0&portrait=0&title=0" style="border: 0; height: 100%; left: 0; position: absolute; top: 0; width: 100%;"></iframe></div></center><br />
<p style="text-align: justify;">Parte desse colagénio leva-nos à Vital Proteins, propriedade da Nestlé e grande produtora de suplementos do supracitado. A Vital Proteins é vendida à escala mundial – incluindo online na Amazon, nas lojas Walmart nos EUA, na Holland & Barrett e na Boots no Reino Unido e na Costco em ambos os países.</p><p></p><div style="text-align: justify;">A investigação – a primeira a correlacionar o colagénio de origem bovina com a perda de florestas tropicais e a violência contra os povos indígenas – encontrou, pelo menos, <b>2,600 quilómetros quadrados</b> de desmatamento ligados às cadeias de suprimentos de duas operações de colagénio no Brasil, ambas relacionadas com a Darling: a Rousselot e a Gelnex, adquiridas pela Darling por 1,2 mil milhões de dólares americanos. Não está claro o quanto desse desmatamento, que foi calculado pelo <a href="https://climatecrimeanalysis.org/" target="_blank">Center for Climate Crime Analysis</a>, está ligado à Vital Proteins.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Especialistas encaram a preservação da Amazónia como a chave para enfrentar as mudanças climáticas. Da mesma forma, defendem os <b>direitos dos seus povos indígenas, amplamente reconhecidos como os melhores guardiões da floresta. Quase metade das áreas mais bem preservadas da floresta tropical está dentro dos territórios destes povos.</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Como resposta aos seus consumidores, depois que o TBIJ abordou os revendedores para fazerem comentários sobre tal, a Vital Proteins declarou que “acabaria com o fornecimento da região amazónica imediatamente”.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A Darling Ingredients disse ao TBIJ que a empresa e a sua subsidiária, Rousselot, monitorizam os seus fornecedores e excluem aqueles que não atendem aos seus critérios de fornecimento responsável. Um porta-voz acrescentou que as empresas <span style="text-align: left;">“desempenham um papel crucial” na “recolha e reaproveitamento de subprodutos animais que, de outra forma, seriam descartados”. Ele alegou que não poderia comentar sobre a Gelnex, já que a sua aquisição, em Outubro de 2022, ainda não foi formalizada.<br /><br /></span></div><span style="background-color: #f8f9fa;"><span style="font-family: inherit;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">A Holland & Barrett referiu que está comprometida com o fornecimento responsável, para garantir que as cadeias de suprimentos não contribuam para o desmatamento. A empresa acrescentou que sobrelevou estas alegações com a Vital Proteins e que levará em consideração uma acção correctiva caso novas violações de política sejam encontradas.</span></div></span><div style="text-align: justify;"><br /></div><span style="font-family: inherit;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">Um porta-voz da Boots disse: “Estamos em contacto com os nossos fornecedores para ter garantias sobre o fornecimento do colagénio”.</span></div></span><div style="text-align: justify;"><br /></div><span style="font-family: inherit;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">A Costco frisou que levou as alegações a sério e entrou com contacto com os seus fornecedores. A Walmart e a Amazon recusaram-se a comentar.<br /><br /></span></div></span><div style="text-align: justify;"><br /><b><span style="font-size: medium;">O mito do subproduto</span></b></div></span><span style="background-color: #f8f9fa;"><div style="text-align: justify;"><br /></div><span style="font-family: inherit;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">O colagénio bovino é um dos chamados subprodutos da pecuária, o que no Brasil corresponde a 80% de toda a perda da floresta amazónica.</span></div></span><div style="text-align: justify;"><br /></div><span style="font-family: inherit;"><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: inherit;">Todavia, <b>subproduto é um termo enganoso</b>, de acordo com a </span><span style="background-color: transparent;"><a href="https://eia-international.org/" target="_blank">Environmental Investigation Agency</a>, um grupo de defesa ambiental com sede em Londres.<b> “Não chamaria nenhum deles de subprodutos. As margens para a indústria da carne são bastante estreitas, pelo que todas as partes vendáveis do animal são incorporadas ao modelo de negócios”</b>, disse Rick Jacobsen, gerente da política de comoditizações da EIA.</span></div></span></span><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Os produtos sem carne [com outras substâncias de origem animal] correspondem a pouco menos da metade do peso de uma vaca abatida e podem gerar até um quarto da renda dos frigoríficos, de acordo com as estimativas da <a href="https://www.bain.com/" target="_blank">Bain & Company</a>, um grupo de pesquisa de mercado. De longe, os <i>subprodutos</i> mais valiosos são as peles do gado usadas para fazer couro e colagénio.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Estima-se que a indústria do colagénio, como um todo, tenha o valor de 4 mil milhões de dólares [americanos] por ano.</b></div><p></p>
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<center><div style="height: 0px; left: 0px; padding-bottom: 56.338%; position: relative; width: 100%;"><iframe allow="encrypted-media;" allowfullscreen="" scrolling="no" src="https://player.vimeo.com/video/805091055?h=2644de0fb0&app_id=122963&byline=0&badge=0&portrait=0&title=0" style="border: 0; height: 100%; left: 0; position: absolute; top: 0; width: 100%;"></iframe></div></center>
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<p></p><div style="text-align: justify;">Ao contrário da carne bovina, soja, óleo de palma e outras comoditizações alimentares importantes, <b>o colagénio não é coberto pela futura legislação</b> de devida diligência na União Europeia e no Reino Unido, projectada para combater o desmatamento. <b>As empresas de colagénio, portanto, não têm obrigação de rastrear os seus próprios impactos ambientais.</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">“É importante assegurar que esse tipo de regulamentação abranja todos os principais produtos que possam estar ligados ao desmatamento”, asseverou Jacobsen.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A maior parte da desflorestação causada pela pecuária pode ser atribuída a fornecedores indirectos das empresas, segundo Ricardo Negrini, promotor federal do estado do Pará, Brasil, que supervisiona os compromissos climáticos dos processadores de carne bovina. <b>O gado é frequentemente transferido de fazenda para fazenda, passando por diversos estágios de criação, pelo que uma vaca nascida em terras desmatadas pode ser engordada para abate numa fazenda de terminação </b><span style="text-align: left;"><b>“</b></span><b>limpa</b><span style="text-align: left;"><b>”</b></span><b>. </b>Contudo, Negrini disse que, actualmente, todos os frigoríficos têm capacidade de rastrear o gado que compram.</div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: center;"><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjz6b0K2z_aPa-bPaENazTSuP_rqGVX4jBwhCDe1N5h53HEqTe1QUNUv-eAswWL15Gd2Ysc-Sg1AW2ZR6CtO0SThyWSCmTIGDKVImvFRJG94yQ42qAXW31vE5yuZeDHIfNA-qUiCRek1TDSoqhDVj1zm1x7FyIDvFuuKTvqYn1ZU1PTp-QELtTd78y-/s16000/eyJidWNrZXQiOiJhc3NldHMyLnRoZWJ1cmVhdWludmVzdGlnYXRlcy5jb20iLCJrZXkiOiJ1cGxvYWRzL0JyYXppbC1mbGFnLWRlZm9yZXN0YXRpb24uanBnIiwiZWRpdHMiOnsianBlZyI6eyJxdWFsaXR5IjoxMDAsInByb2dyZXNzaXZlIjpmYWxzZS.jpg" /></div><div style="text-align: center;"><i><b>Legislação para combater o desmatamento ligado à pecuária não leva em consideração o colagénio</b></i></div><p></p><p></p><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Com o aumento das vendas de carne bovina, couro e colagénio, mais e mais florestas foram derrubadas e substituídas por pastagens nos últimos anos, com terras muitas vezes confiscadas ilegalmente.</b> A virtual impunidade para a grilagem de terras durante o governo Bolsonaro também alimentou ataques a comunidades tradicionais. Em 2021, no terceiro ano da sua presidência, ocorreram 305 invasões contra terras indígenas. Foi três vezes mais do que os números relatados, em 2018, pelo <a href="https://cimi.org.br/" target="_blank">Conselho Indigenista Missionário da Igreja Católica</a>.<br /><br /><b>“Não há expansão da pecuária na Amazó</b><b>nia sem violência”</b>, disse Bruno Malheiro, geógrafo e professor da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará.</div><div style="text-align: justify;"><br />A uma curta distância do escritório de Malheiro em Marabá, município com o terceiro maior rebanho bovino do Brasil, a paisagem é aplainada por pastagens. Camiões transportam gado constantemente para os inúmeros matadouros da região.<br /><br />No município vizinho de Bom Jesus do Tocantins, uma placa verde pontilhada de balas fica ao lado da estrada que leva ao território indígena Mãe Maria. Vista de cima, esta terra, lar do povo Gavião, é uma parcela verde-escura de floresta tropical debruçada numa colcha de retalhos de fazendas.</div>
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<div class="flourish-embed flourish-photo-slider" data-src="visualisation/12836281"><script src="https://public.flourish.studio/resources/embed.js"></script></div>
<div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Para Kátia Silene Akrãtikatêjê, a primeira mulher líder do povo Gavião, é como viver numa ilha. O seu povo sente-se “cercado, sufocado”, disse ela ao TBIJ. A reserva Mãe Maria é o único território em centenas de quilómetros que ainda se assemelha à imponente floresta amazónica.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Malheiro chama-lhe de “um processo de confinamento territorial”. Para os Gavião, a manutenção da mata onde caçam, pescam, cultivam e recolhem sementes vem com ameaças, tentativas de invasão e incêndio criminoso.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Em Setembro do ano passado, uma vila inteira foi incendiada: uma escola, dezenas de casas e um pedaço de floresta foram reduzidos a cinzas. O incêndio não foi acidental, abonam eles, e a comunidade continua a viver com medo.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">“[Os fazendeiros] destroem o que é deles e invadem o que é nosso. Não entendo porque destroem tudo”, indagou a líder indígena.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">De acordo com José Batista Afonso, advogado e defensor dos direitos fundiários, trabalhador na Comissão Pastoral da Terra em Marabá, a região oferece um vislumbre de como seria toda a Amazónia caso a pecuária continuasse a se expandir sem controlo.<br /><br /><br /><b><span style="font-size: medium;">Cadeias obscuras de suprimentos</span></b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">As cadeias de abastecimento de colagénio bovino são altamente intrincadas, com inúmeros intermediários envolvidos na aquisição e no processamento.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O colagénio <i>Peptan </i>da Rousselot é a marca líder mundial e exporta o referido para os EUA e Europa, onde possui várias fábricas.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A Rousselot obtém peles de vaca da BluBrasil, um curtume localizado dentro de um complexo em Bataguassu, Mato Grosso do Sul. Tal complexo é da propriedade da Marfrig, uma das três grandes empresas de carne bovina do Brasil. <b>Fornecedores de gado da Marfrig têm sido ligados à destruição de florestas tropicais e a invasões territoriais do povo indígena Guarani Kaoiwá.</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Em 2021, a usina comprou animais da fazenda Campanário, uma grande propriedade que viola o território Guarani Kaoiwá em Laguna Carapã, também no Mato Grosso do Sul. <b>A área é conhecida pelo seu elevado índice de violência contra indígenas.</b> A Marfrig contou ao Bureau que apenas uma pequena parte da propriedade está em cima da terra ancestral, que a empresa afirma não ser totalmente reconhecida como território indígena. O proprietário da fazenda Campanário não respondeu ao pedido do Bureau para comentar. A BluBrasil também não.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><b>Um relatório da Greenpeace de 2021 também descobriu que a mesma fábrica da Marfrig estava ligada à destruição do Pantanal, outro bioma brasileiro e berço da biodiversidade.</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A Marfrig confirmou que o fornecedor em questão estava registado como fornecedor indirecto, mas afiançou que o mesmo se encontrava em conformidade com as suas políticas na época. A empresa acrescentou que a monitorização de fornecedores indirectos é “um dos maiores desafios da cadeia pecuária brasileira”, mas que trabalha “incansavelmente para mitigar qualquer vínculo entre o desmatamento ilegal e outras irregularidades na sua cadeia produtiva, tanto na Amazónia quanto nos demais biomas”.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A Gelnex, por sua vez, vende colagénio para produtos de saúde, ingredientes alimentícios, entre outros items, globalmente. Obtém peles de gado da Durlicouros, um fabricante de couro brasileiro que as limpa e descarna após o abate. Nesta fase, as peles cruas são tratadas para evitar o apodrecimento antes que as camadas de pele sejam divididas em cadeias separadas de produção de couro e colagénio.<br /><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7WsE3dSWblSFX0LuMmqLzZFqEhtXdrs3spowIaYxvhOKaTNDyaZuE0Xt8oqkQp4whU8zmyzuvOHD_CjTH3Y6k1MR5FznGFOewyXh0cgOoVqfx4vvDYDtam6X-gdKlyr0O3YrNq8UiX4UczuwARnxa_trE4eSf8bzagwP1nuFZh5KmvyUVXKs5kUmT/s16000/eyJidWNrZXQiOiJhc3NldHMyLnRoZWJ1cmVhdWludmVzdGlnYXRlcy5jb20iLCJrZXkiOiJ1cGxvYWRzL0NhdHRsZS1sb3QtYXQtc2xhdWdodGVyaG91c2UuanBnIiwiZWRpdHMiOnsianBlZyI6eyJxdWFsaXR5IjoxMDAsInByb2dyZXNzaXZlIjpmYW.jpg" /><br /><div style="text-align: center;"><b><i>Lote de gado num matadouro da Minerva, em Araguaína. Centenas de bovinos abatidos aqui são criados em fazendas que invadem a Mãe Maria e outras terras indígenas.</i></b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A Durlicouros obtém as suas peles de gado abatido nos matadouros da JBS e da Minerva, de acordo com várias entrevistas efectuadas a camionistas e outras fontes locais. <b>Centenas desse gado são criadas em fazendas que invadem a Mãe Maria e outras terras indígenas.</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Num contacto recente com os investidores, o CEO da Darling Ingredients, Randall C. Stuewe, afirmou que a aquisição da Gelnex aumentaria enormemente a produção de colagénio da empresa.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A Gelnex declarou ao TBIJ: “Todas as matérias-primas utilizadas pela empresa são provenientes de fornecedores aprovados, devidamente registados perante os órgãos reguladores aplicáveis e legalmente autorizados a operar de acordo com as leis vigentes”.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O curtume DurliCouros informou que “atende aos mais rígidos padrões de sustentabilidade nacionais e internacionais”. Tanto a Durlicouros como a BluBrasil receberam a classificação <i>ouro</i> da Leather Working Group (LWG), associação do sector que avalia a sustentabilidade dos membros. A LWG disse ao Bureau que este é um “tópico complexo” e que trabalhará por um padrão “100% de desmatamento e conversão livre até 2030 ou antes”.</div><p></p><p></p><div style="text-align: justify;">A JBS referiu que, embora existisse desmatamento em algumas das fazendas identificadas, as suas compras eram “totalmente compatíveis” com os seus protocolos de aquisição e monitorização, além de que outras aderiram aos seus padrões.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O terceiro maior frigorífico brasileiro, o Minerva, frisou que trabalha para garantir que o gado adquirido não seja proveniente de propriedades com áreas ilegalmente desflorestadas, adicionando que vigia “100% dos fornecedores directos”.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A Nestlé disse que as alegações levantadas não correspondem ao seu compromisso com o fornecimento responsável e contactou o seu fornecedor para o assunto ser investigado. Também anunciou que está a tomar medidas para garantir que os seus produtos sejam livres de desmatamento até 2025.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">***</div><div style="text-align: justify;"><i><br /></i></div><div style="text-align: justify;"><i>Uma versão desta investigação também surgiu no UOL.</i></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i>Imagem principal:</i> Kátia Silene Akrãtikatêjê, líder do povo Gavião</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i>Repórteres:</i> Elisângela Mendonça, Andrew Wasley e Fábio Zuker</div><div style="text-align: justify;"><i>Colaborador:</i> Centro de Análise de Crimes Climáticos</div><div style="text-align: justify;"><i>Filmagem e fotografia:</i> Cícero Pedrosa Neto</div><div style="text-align: justify;"><i>Produtora de vídeo e produtora de impacto: </i>Grace Murray</div><div style="text-align: justify;"><i>Editor de vídeo: </i>Oliver Kemp</div><div style="text-align: justify;"><i>Animação:</i> Jules Bartl</div><div style="text-align: justify;"><i>Editor de ambiente:</i> Robert Soutar</div><div style="text-align: justify;"><i>Editor global: </i>James Ball</div><div style="text-align: justify;"><i>Editor: </i>Meirion Jones</div><div style="text-align: justify;"><i>Produção: </i>Frankie Goodway</div><div style="text-align: justify;"><i>Verificador de factos:</i> Alice Milliken`</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;"><i>Esta história foi produzida com o apoio da Rainforest Investigations Network do Pulitzer Center. O nosso projeto Food and Farming é parcialmente financiado pela Quadrature Climate Foundation e parcialmente pela Hollick Family Foundation. Nenhum dos nossos financiadores tem qualquer influência sobre as nossas decisões ou resultados editoriais.</i></div><p></p></div>Melhttp://www.blogger.com/profile/12508427300728599241noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4395794526304530750.post-6371412787867836352023-03-16T10:30:00.000+00:002023-03-16T10:30:00.144+00:0010 alimentos vegetais ricos em lisina<div style="text-align: center;">
<img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj5Fuq4QsRNDkmXQH5_H5DgQS6mpvF0WMdJGYujlyAlNKPNe49hasforV8iJvtuwb0oBUKDXMa_pIh8qlsjpaXoTq6x7vR5G-wvNbRHvKMkuCi3utviTlCwBh9gg3M_okPU5WtRhq6bz50/s1600/leguminosas-lisina.jpg">
</div>
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<div style="text-align: justify;">
Apesar de estar associada aos produtos de origem animal, a lisina também está presente nas plantas.
</div>
<div style="text-align: justify;">
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Enquanto na maioria das hortaliças encontra-se em pequenas quantidades, outros alimentos são uma fonte mais rica e, por isso, devem ser acrescentados na alimentação. Os adolescentes e adultos devem ingerir 40 mg de lisina por quilo de peso corporal: por exemplo, como peso 50 quilos preciso de 2000 mg diários de lisina.<br>
</div><a href="https://www.raposaherbivora.pt/2019/11/10-alimentos-vegetais-ricos-em-lisina.html#more">LER MAIS »</a>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4395794526304530750.post-78672348078813797112023-02-16T10:10:00.002+00:002023-07-21T20:46:45.345+01:00Os animais na mitologia grega<center>
<img border="0" data-original-height="419" data-original-width="750" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhHF9MJ6isVqKplqc4vviZgYoIOetdT9PRZ3i0XhSetpT9o196fShKIWfZW0aG6kZJWCW02jROFtlYZod4sHAoHTjx9AeEdJUaS6jQ_Px4Qyaxg_eNhgB_ziWCfExefnvtRz1Z1Ui2u_Os/s16000/GettyImages-171089415-57c347e65f9b5855e59bfb32.jpg"><br>
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<div style="text-align: justify;"><i><b>Breve nota: Este texto é uma interpretação da cultura e da mitologia gregas a partir de leituras e de estudos feitos, tendo, portanto, um cunho pessoal.</b></i></div><div style="text-align: justify;"><br></div><div style="text-align: justify;">
O perambular do tempo despertou milhares de sensações que os seres humanos desconheciam. Essas sensações tanto maravilhava-os, como surpreendia-os ou aterrorizava-os abismalmente, ao mesmo tempo que as interrogações e as dúvidas em relação a determinados fenómenos exigiam respostas transformadas nas acções que comprometeram-se na construção da civilização humana e que, actualmente, oferecem alicerces para compreendermos o que somos hoje através do ontem. Desde o gradual entendimento do que é a morte, e de como este entendimento ramificou-se em rituais que actualmente continuam a suceder (como o sepultamento) e em crenças variadas (como a reencarnação e o contacto com os mortos através do xamã), à interpretação do universo onírico, à comunicação sem linguagem através da arte, entre outros aspectos, o ser humano descobriu-se ao reconhecer as suas capacidades mentais, intelectuais, físicas, emocionais e sociais e interligou-as para formar um casulo que desenvolveu-se até dar à luz as primeiras civilizações. O mito é uma das crianças que nasceu desse desenvolvimento racional e desse maravilhoso achado, permanecendo imorredouramente vital na nossa vida e na nossa cultura.</div><div style="text-align: justify;">
<br></div><span></span><a href="https://www.raposaherbivora.pt/2018/11/os-animais-na-mitologia-grega.html#more">LER MAIS »</a>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4395794526304530750.post-41268149292459190792022-10-27T10:34:00.002+01:002022-10-27T11:45:53.249+01:00Cosmética natural | Creme facial Miristica<center><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiu0ZRRB7abjvlIptICA4tUZPidbWFDC-ZCxKpLeBa0fwZgqDPGbvVUUkgBIYXD65nfX_ZjTgf4ToOOYhf1FwMK8d4phb4u_EWhocrARYUHYWY2TkvqIA5asme5QcH07EgOv3YP67ldJZPCILbiZMtXJpxR-IqaAH60n5JV_iZuSZ-Q9QeIbjrqhsMO/s16000/DSC_1097.JPG" /><p></p></center><br /><div style="text-align: justify;">Já vos falei que cosmética natural é amor, não já? Por mais que eu queira experimentar marcas convencionais e facilmente encontradas em supermercados, até mesmo para partilhar convosco uma opinião sobre, a minha pele costuma ser intolerante a novidades e acabo por preferir não arriscar. Também é o motivo principal para não trocar alguns produtos que fazem parte da minha rotina diária – e o creme facial da Miristica é um deles.</div><p style="text-align: justify;">Foi precisamente esse factor que me fez apaixonar por este hidratante: admito que, nas primeiras vezes, usei-o com algum medo porque a minha pele rabuja com quase tudo e mais alguma coisa. Foi um suspiro imenso de alívio quando tal não sucedeu, pelo que continua a ser a minha opção após quase dois anos. É para pele normal ou oleosa, sendo a minha mista e sensível e comigo tem sido excelente.</p><p></p><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Além da tendência para as borbulhas também tenho a pele desidratada (não é o mesmo que pele seca, atenção) e este creme consegue tratar de ambos os problemas: logo na primeira aplicação senti a pele mais suavizada nas zonas em que costuma estar desidratada. Após várias utilizações, passei a ter raramente borbulhas e a tez ficou muito mais equilibrada. Nem sinto mais que a minha pele é mista, de tão uniforme que está. Posso afirmar, sem receio de hiperbolizar, que este é o melhor hidratante que alguma vez experimentei (e acreditem, já experimentei uma quantidade suficiente para encher uma loja 😆).</div><p></p><p></p><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">E, como se toda essa alquimia bonita não bastasse, ainda tem um cheiro maravilhoso: não sei bem explicar mas faz-me pensar num prado orvalhado com um enorme limoeiro. É muito leve e fresco, algo que aprecio por não ser fã de aromas fortes. Espalha-se muito bem na pele (não é como alguns cremes em que temos de ficar meia hora a massagear o rosto até tudo ficar bem absorvido) e deixa-a bonita e matizada em três tempos. Eis alguns dos ingredientes-chave que o tornam mágico:</div><p></p><p></p><div style="text-align: justify;"><span style="font-style: italic; font-weight: 700;"><br /></span></div><i><div style="text-align: justify;"><i><b>Água floral de alfazema</b></i>, que refresca e acalma a pele;</div></i><p></p><p></p><div style="text-align: justify;"><span style="font-style: italic; font-weight: 700;"><br /></span></div><i><div style="text-align: justify;"><i><b>Óleo de coco</b></i>, com propriedades altamente hidratantes;</div></i><p></p><p></p><div style="text-align: justify;"><span style="font-style: italic; font-weight: 700;"><br /></span></div><i><div style="text-align: justify;"><i><b>Óleo de grainha de uva</b></i>, que também hidrata a pele além de a proteger de radicais livres;</div></i><p></p><p></p><div style="text-align: justify;"><span style="font-style: italic; font-weight: 700;"><br /></span></div><i><div style="text-align: justify;"><i><b>Óleo essencial de ylang-ylang</b></i>, com acção seborreguladora;</div></i><p></p><p></p><div style="text-align: justify;"><span style="font-style: italic; font-weight: 700;"><br /></span></div><i><div style="text-align: justify;"><i><b>Óleo essencial de tea tree</b></i>, purificante e tonificante.</div></i><p></p><p></p><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O creme facial Miristica vem num frasco de vidro opaco e custa entre 14 a 21 euros.</div><p></p><p><br /></p><p></p><div style="text-align: center;"><br /><b>MIRISTICA</b></div><div style="text-align: center;"><i>100% vegana, 0% de crueldade</i> ♡</div><div style="text-align: center;"><a href="https://miristica.pt/" target="_blank">Site</a> | <a href="https://www.instagram.com/miristica.biocosmetica/?refer=miristica.pt" target="_blank">Instagram</a> | <a href="https://www.facebook.com/miristica.biocosmetica/?refer=miristica.pt" target="_blank">Facebook</a></div><p></p>Melhttp://www.blogger.com/profile/12508427300728599241noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4395794526304530750.post-4949171447782008872022-09-27T09:39:00.038+01:002023-07-21T20:37:33.114+01:00“Os meus pais não me deixam ser vegetariana”<div style="text-align: center;">
<img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhNtjK0_Nacprl40ByThwOuydd_j3IjaBuWpIEixH3RTvbjYL4zuRUZ25QrQuO2zKyIIrIqIRhBNc1KFU-BCxkKBOYdrhhstGFLx27VuuPN8DXxoJTGcRQIvfPq9ROxBj5RG9A-muOOFqM/s1600/vegan+burger.jpg">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br>
Vou começar este texto contando o que sucedeu quando resolvi parar de comer animais. Tomei a decisão aos dezoito anos quando encontrei, por acaso, imagens e vídeos da realidade que os matadouros e as pecuárias procuram ocultar: a gritaria misturada com a quantidade absurda de sangue espalhada por todo o lado foi como um clique na parte do meu cérebro que esteve adormecida durante todo aquele tempo perante o óbvio. Só consegui pensar como é incrível o que <a href="https://grito-silenciado.blogspot.com/2015/11/o-desafio-do-veganismo-costumes.html" target="_blank">os costumes familiares, as raízes tradicionais e a manipulação dos anúncios alimentícios</a> conseguiam fazer num indivíduo: uma lavagem cerebral, de tal modo abrupta, que nem paramos para questionar sobre <b>quem</b> estamos a comer. Fiquei horrorizada com a cumplicidade que estava a ter para com este sector <span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">— </span>porque quem compra para consumir está a pagar para matar <span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">—</span> e deliberei a interrupção imediata do consumo de carne.<br>
</div><a href="https://www.raposaherbivora.pt/2022/09/os-pais-nao-deixam-ser-veg.html#more">LER MAIS »</a>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4395794526304530750.post-25137871121132653752022-07-18T09:38:00.008+01:002022-07-18T09:57:14.192+01:00“Diversificação alimentar para crianças vegetarianas”, de Sandra Gomes Silva<div style="text-align: center;"><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhOEwcb2GEEeTv2OAyCXuuEqLeyCr4ecuWcNu_rz2VmXFL3uymQ1QP4IWLDLLS74T8BB-zJYU76ftQaq6Df-MHFU052w0n9CJHRwbX98NTpd3aLgruOswLGR3PMMgO4TiyfF45iu2L5HBjlCy0VJPWT72UIWlQaIzwKDTBwHqYNa8f1Bk2zBnrWLXyH/s16000/DiversificacaoAlimentarVegetariana-01.png" /></div><div><h3 class="post-title entry-title" itemprop="name" style="-webkit-font-smoothing: subpixel-antialiased; background-color: white; border: 0px; font-family: "Josefin Sans", sans-serif; font-size: 20px; letter-spacing: 1.5px; margin: 0px; padding: 0px; position: relative; text-align: center; text-transform: uppercase; vertical-align: baseline;"><br /></h3></div><div style="text-align: justify;">Apesar dos estudos médico-científicos corroborarem que uma alimentação vegetal é perfeitamente exequível para bebés e crianças, a maioria dos pediatras continua a rejeitar tais evidências: enquanto alguns não sabem como orientar as famílias para este tipo de alimentação, outros praticam terrorismo sem qualquer fundamento (e que deve ser denunciado, já agora). Por isso é que aplaudo sempre que alguém publica informação sobre este assunto, por ser mais uma ponte para ajudar mães, pais e cuidadores que sejam vegetarianos e/ou queiram oferecer uma alimentação sem substâncias de origem animal aos mais pequenos.<br /></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">A Sandra Gomes Silva, nutricionista e autora do livro <i><a href="https://www.wook.pt/livro/o-vegetariano-sandra-gomes-da-silva/23796662" target="_blank">O Vegetariano</a></i> <span face="arial, sans-serif" style="background-color: white; color: #4d5156; font-size: 14px;">— </span>leitura igualmente imprescindível <span face="arial, sans-serif" style="background-color: white; color: #4d5156; font-size: 14px;">— </span>lançou este ebook totalmente dedicado a uma das fases de desenvolvimento mais importantes dos bebés: a introdução alimentar. São 63 páginas nas quais ela explica o que é a diversificação alimentar, quando começar, o que oferecer e não oferecer ao bebé, como oferecer de forma segura, os vários tipos de introdução alimentar, nutrientes-chave e muito mais. Além disso, inclui uma sugestão de ementa semanal e uma lista de compras.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O ebook está à venda <b><a href="https://hotmart.com/pt-br/marketplace/produtos/diversificacao-alimentar-para-criancas-vegetarianas-dos-6-aos-12-meses-de-vida/P72727525E" target="_blank">aqui</a></b> e encontra-se com 10% de desconto até ao final deste mês. Aproveitem ♥</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Também encontram mais conteúdo sobre alimentação vegetal infantil, totalmente gratuito, na <b><a href="https://drive.google.com/drive/folders/12pfmy-IrN9sMlSVXu0J7l5L0YDCVTJK6?usp=sharinghttps://drive.google.com/drive/folders/12pfmy-IrN9sMlSVXu0J7l5L0YDCVTJK6?usp=sharing" target="_blank">biblioteca do blogue</a></b>. Notem que estes materiais são somente um guia geral e não substituem acompanhamento médico particular.</div>Melhttp://www.blogger.com/profile/12508427300728599241noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4395794526304530750.post-25282443031702542432022-05-31T10:38:00.007+01:002023-08-09T11:27:40.534+01:00“Deus criou os animais para nós os comermos”<div style="text-align: center;">
<img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8m0JgZR2arFHqxL5NHiHghTHL5tjVlyw2eM95uB8s7NG69eFbt_e0zDUE67N2NYXOS4aIUQ9BP1-sYfBM2ddt3vniJNJLiy0PLV2r3aXSMTV_Wwy8iWAcnCzZbaXbxNwG6br2dwtDCfE/s1600/cordeirinhos.jpg" />
</div>
<div style="text-align: right;">
<div style="text-align: justify;">
<blockquote class="tr_bq">
<i><span style="color: #444444; font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><b>Na Bíblia está escrito que os animais foram criados para servir o Homem, pelo que podemos usá-los à vontade.</b></span></i></blockquote>
</div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
Para além de ser um <i>argumentum ad antiquitatem</i> (apelo à antiguidade), esta afirmação:<br />
<br />
• É implicitamente uma petição de princípio (raciocínio circular: <i>Na Bíblia está escrito que podemos comer animais, pelo que podemos comer animais porque está escrito na Bíblia</i>);<br />
<br />
• Leva frequentemente ao bulverismo (considera-se <i>a priori </i>que o oponente está errado, mas, no lugar de o refutar, tenta-se explicar porque o oponente o usa, sendo uma falácia <i>ad hominem</i> circunstancial. Por exemplo: <i>Não aceitas que Deus criou os animais para serem comidos porque não leste a Bíblia / és ateia / a tua religião não é cristã / etc.</i>).<br />
<br />
Basicamente, defende que os animais podem ser usados e mortos para os nossos fins porque tal encontra-se numa obra criada com base num argumento ontológico. Um argumento ontológico é todo e qualquer argumento que defende a existência de Deus através da ideia de que Ele é obrigatoriamente um ser perfeito e, portanto, a sua existência é necessária e certa (que, por acaso, é outra petição de princípio). Tendo em conta que a Bíblia é o reflexo escrito dessa entidade divina sumamente perfeita, tudo o que encontra-se nela é verdadeiro e válido, incluindo a exploração dos animais.</div>
<div style="text-align: justify;">
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<span style="text-align: justify;">É preciso salientar que a Bíblia foi escrita há milhares de anos: desde aí, o ser humano evoluiu o suficiente para os seus pensamentos sofrerem uma metamorfose. Actualmente, somos mais sensíveis em relação aos problemas éticos, aos direitos dos humanos, dos animais e da natureza e já nos apercebemos que as discriminações que existiam antigamente não fazem mais sentido e não merecem ter mais lugar no mundo.</span></div>
<span style="text-align: justify;">
</span>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="text-align: justify;">Para além disso, <b><span style="font-family: inherit;">a Bíblia foi escrita por homens</span></b> e, por mais que tenham sido agraciados com a inspiração divina, obviamente que os seus limites e imperfeições enquanto seres humanos influenciaram o modo como escreveram. Não é por acaso que a Bíblia é ambivalente: tanto defende a vida dos animais como a despreza. Quem utiliza a Bíblia para defender a exploração dos animais apoia-se somente em versículos que perpetuam essa exploração e menospreza os capítulos que ditam precisamente o contrário.</span><br />
<blockquote class="tr_bq">
<span style="color: #444444; font-family: "georgia" , "times new roman" , serif; text-align: justify;"><i><b>Se Deus é inquestionavelmente justo, como poderia criar seres sencientes com a finalidade de serem explorados e mortos?</b></i></span></blockquote>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="text-align: justify;">Por fim, a Bíblia tem passagens que, para
além da exploração dos animais, também aparentam
incentivar o homicídio, o infanticídio, o incesto e a
desumanização da mulher <span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">–</span> e (quase) todos nós sabemos que tamanhas atrocidades são erradas.</span><br />
<blockquote class="tr_bq">
<i>Se um homem <b><span style="font-family: inherit;">vender sua filha como escrava</span></b>, esta não lhe sairá como saem os escravos.</i> — Êxodo, 21:7<br />
<br />
<br />
[Deus castiga <b><span style="font-family: inherit;">crianças</span></b> por estas terem troçado de um profeta]<br />
<i>Então, subiu dali a Betel; e, indo ele pelo caminho, uns rapazinhos saíram da cidade, e zombavam dele, e diziam-lhe:</i><i><br />Sobe, calvo! Sobe, calvo!</i><br />
<i>Virando-se ele para trás, viu-os e os amaldiçoou em nome do Senhor; então, duas ursas saíram do bosque e <span style="font-family: inherit;"><b>despedaçaram quarenta e dois deles</b>.</span></i> — 2 Reis, 2:23-24<br />
<br />
<br />
<i>Se um homem casar com uma mulher, e, depois de coabitar com ela, a aborrecer, </i><br />
<i>e lhe atribuir actos vergonhosos, e contra ela divulgar má fama, dizendo: Casei com esta mulher e me cheguei a ela, porém não a achei virgem,<br /> </i><i>então, o pai da moça e sua mãe tomarão as provas da virgindade da moça e as levarão aos anciãos da cidade, à porta (...)</i><br />
<i>Porém, se isto for verdade, que se não achou na moça a virgindade,</i><br />
<i>então, a levarão à porta da casa de seu pai, e <b><span style="font-family: inherit;">os homens de sua cidade a apedrejarão até que morra</span></b>, pois fez loucura em Israel, prostituindo-se na casa de seu pai; assim, eliminarás o mal do meio de ti.</i> — Deuteronómio, 22:13-21.<br />
<br />
<br />
<i>Quem for achado será trespassado; e aquele que for apanhado cairá à espada.</i><br />
<i>Suas <span style="font-family: inherit;"><b>crianças</b> <b>serão esmagadas</b></span> perante eles; a sua casa será saqueada, e sua <span style="font-family: inherit;"><b>mulher, violada</b>.</span></i><br />
<i>Eis que eu despertarei contra eles os medos, que não farão caso de prata, nem tampouco desejarão ouro.</i><br />
<i>Os seus arcos <span style="font-family: inherit;"><b>matarão os jovens</b>; <b>eles não se compadecerão do fruto do ventre</b>; os seus olhos <b>não pouparão as crianças</b>. </span></i>— Isaías, 13:15-18<br />
<br />
<br />
<i>Ao anoitecer, vieram os dois anjos a Sodoma, a cuja entrada estava Ló assentado; este, quando os viu, levantou-se e, indo ao seu encontro, prostrou-se, rosto em terra. (...)</i><br />
<i>Mas, antes que se deitassem, os homens daquela cidade cercaram a casa, os homens de Sodoma, tanto os moços como os velhos, sim, todo o povo de todos os lados;</i><br />
<i>e chamaram por Ló e lhe disseram: Onde estão os homens que, à noitinha, entraram em tua casa? Traze-os fora a nós para que abusemos deles. Saiu-lhes, então, Ló à porta, fechou-a após si e lhes disse: Rogo-vos, meus irmãos, que não façais mal;</i><br />
<i><span style="font-family: inherit;"><b>tenho duas filhas, virgens, eu vo-las trarei;</b> <b>tratai-as como vos parecer</b></span>, porém nada façais a estes homens, porquanto se acham sob a protecção do meu tecto.</i> — Génesis, 19:1-8<br />
<br />
<br />
<i>Então, a primogénita disse à mais moça: Nosso pai está velho, e não há homem na terra que venha unir-se connosco, segundo o costume de toda terra.</i><br />
<i>Vem, façamo-lo beber vinho, deitemo-nos com ele e conservemos a descendência de nosso pai. (...)</i><br />
<i>E assim <span style="font-family: inherit;"><b>as duas filhas de Ló conceberam do próprio pai</b>.</span></i> — Génesis, 19:31-36</blockquote>
Há pessoas que classificam estes versículos como metáforas ou parábolas e, como tal, podem ter várias interpretações, pelo que não devemos levá-los à letra e usá-los para criticar negativamente o conteúdo presente na Bíblia. Esta observação é válida, assim como é válida, por exemplo, a leitura metafórica que muitas pessoas têm sobre a multiplicação dos peixes, em que Jesus, na verdade, repartiu maná (um alimento produzido milagrosamente e que tem um sabor semelhante aos bolos de mel). Existem múltiplas análises para uma só passagem bíblica, incluindo as referentes aos animais, pelo que a Bíblia <b><span style="font-family: inherit;">não é uma prova objectiva</span></b> de que os animais existem para os nossos interesses.<br />
<blockquote class="tr_bq">
<i><b><span style="font-family: inherit;">Não matarás.</span></b></i> — Êxodo, 20:13<br />
<br />
<i><br /></i><i>E disse Deus ainda</i> [a Adão e Eva]<i>: <b>Eis que vos tenho dado todas as ervas que dão semente e se acham na superfície de toda a terra e todas as árvores em que há fruto que se dê semente; isso vos será para mantimento.</b></i><i><br />E todos os animais da terra, e a todas as aves dos céus, e a todos os répteis da terra, em que há fôlego de vida, toda erva verde lhes será para mantimento. E assim se fez.</i> — Génesis, 1:29-30<br />
<br />
<br />
<i><b><span style="font-family: inherit;">O que imola um boi é como o que </span></b></i><i><b><span style="font-family: inherit;">comete homicídio</span></b>; o que sacrifica um cordeiro,</i><i><br />como o que quebra o pescoço a um cão (...)</i> — Isaías, 66:3<br />
<i><br /></i><i><br /></i><i><b><span style="font-family: inherit;">Misericórdia quero e não holocaustos.</span></b></i> — Mateus, 9:13<br />
<br />
<br />
<i>Resolveu Daniel, firmemente, <b><span style="font-family: inherit;">não </span></b></i><i><b><span style="font-family: inherit;">contaminar-se com as finas iguarias do rei</span></b>, </i><i>nem com o vinho que ele bebia; então, pediu ao chefe dos eunucos que lhe permitisse não contaminar-se. (...) </i><i>Então, disse Daniel ao cozinheiro-chefe, a quem o chefe dos eunucos havia encarregado de cuidar de Daniel, Hananias, Misael e Azarias:</i><i><br />Experimenta, peço-te, os teus servos dez dias; e que se nos <span style="font-family: inherit;"><b>dêem legumes a comer e água a beber</b>.</span> (...) </i><i>Ele atendeu e os experimentou dez dias.<br /></i><i>No fim dos dez dias, <span style="font-family: inherit;"><b>a sua aparência era melhor</b>; <b>estavam eles mais robustos do que todos os jovens que comiam das finas iguarias do rei</b></span>.</i><i><br />Com isto, o cozinheiro-chefe tirou deles as finas iguarias e o vinho que deviam beber e lhes dava legumes. </i>— Daniel 1:8-16<br />
<br />
<br />
<i><b><span style="font-family: inherit;">Mas pergunta agora às alimárias</span></b></i> [animais irracionais],<br />
<i><b><span style="font-family: inherit;">e cada uma delas te ensinará;<br /></span></b></i><i>e às aves dos céus,<br /></i><i>e elas to farão saber.</i><i><br />Ou fala com a terra, e ela te instruirá;</i><br />
<i>até os peixes do mar to contarão.</i> — Jó 12:7-8<br />
<br />
<i><b><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></b></i><span style="font-family: inherit;"><i><b>O justo atenta para a vida</b></i><i><b><br />dos seus animais,</b></i></span><i><br />mas o coração dos perversos é cruel. </i>— Provérbios 12:10
<br />
<br />
<br />
<i><b><span style="font-family: inherit;">O Senhor é bom para todos</span></b>,</i>
<br />
<i>e as suas ternas misericórdias</i>
<br />
<i>permeiam todas as suas obras.</i> — Salmos, 145:10<br />
<br />
<br />
<i>O Senhor ampara os humildes</i><i><br />e dá com os ímpios em terra. (...)</i><i><br />e <b><span style="font-family: inherit;">dá o alimento aos animais</span></b></i><i><br />e aos filhos dos corvos, quando clamam.</i> — Salmos, 147:6-9<br />
<br />
<br />
<i><b><span style="font-family: inherit;">Bem-aventurados os misericordiosos</span></b>,<br /> porque alcançarão misericórdia.</i> — Mateus, 5:7<br />
<br />
<br />
<i>Até quando estará de luto a terra, e se secará a erva de todo o campo? <b><span style="font-family: inherit;">Por causa da maldade dos que habitam nela, perecem os animais e as aves</span></b>; porquanto dizem: Ele não verá o nosso fim.</i> — Jeremias, 12:4<br />
<br />
<br />
<i><b><span style="font-family: inherit;">O lobo habitará com o cordeiro</span></b>, e o leopardo se deitará junto ao cabrito; o bezerro, o leão novo e o animal cevado andarão juntos, e um pequenino os guiará.</i><br />
<i>A vaca e a ursa pastarão juntas, e as suas crias juntas se deitarão; o leão comerá palha como o boi. (...)</i><i><b><span style="font-family: inherit;"><br />Não se fará mal nem dano algum em todo o meu santo monte</span></b>, porque a terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar. </i>— Isaías, 11:6-9
</blockquote>
</div>
<br />
<div style="text-align: center;">
*</div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<i><b>“Não matarás” não se aplica apenas ao assassinato de seres humanos, mas ao assassinato de qualquer ser vivo; e este mandamento foi inscrito no coração do homem muito antes de ser proclamado do Sinai.</b> </i><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">— </span><span style="font-family: inherit;">Leo Tolstoy</span></div>
Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4395794526304530750.post-11439115545975823502022-03-22T11:48:00.004+00:002023-07-21T20:38:04.268+01:00Podemos amar e comer animais?<div style="text-align: center;">
<img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjYvdniLbvHXApV3uykzLdjEjJ9CbPnLQo5urBJAuOGqW9NSOxlZr_xoUwmrH0zZZ2g8g7eS1Bk5kA3W7id-tCOnBzM3MZPRlWqNDdB3c55mXP2nVqyqAsTuf4MSEkbrC24EvQJndHqzBU/s1600/carnismo.jpg">
</div>
<br>
<div style="text-align: justify;">
Muitos de nós dizemos que gostamos de animais ou, pelo menos, concordamos que eles têm o direito de viver. Dizemos que nunca seríamos capazes de lhes fazer mal e, no entanto, comemo-los. Comemo-los e não encontramos quaisquer incoerências perante essa acção e as nossas crenças. E assim continuamos a nossa vida, amando e comendo animais simultaneamente.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br></div>
<a href="https://www.raposaherbivora.pt/2022/03/podemos-amar-e-comer-animais.html#more">LER MAIS »</a>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4395794526304530750.post-74257670747971829822022-01-24T12:24:00.004+00:002023-07-21T20:38:17.356+01:00“Comer carne é uma escolha pessoal”<div style="text-align: center;">
<img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirAvaC0LaBglkfSJkCwuNmXLphIxleLjvEAtrDBpmdylnmNFXpFoEHV6FJKzzWkTJs2H5I12qg9Wpctcmfxx4HVLvpX2DGkK1ByW-MjJwy_uAiN27QeliybsMW9-BLybf8eLCJePrLft0/s1600/sheep-img.jpeg">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br>
Comer carne será mesmo uma escolha pessoal, tendo em conta que envolve vítimas? E, apesar de serem vítimas não-humanas, não será a capacidade senciente delas suficiente para questionar se é mesmo uma escolha pessoal? E precisaremos mesmo de gostar dos animais para os respeitarmos e, com isso, compreendermos as consequências brutais dessas mesmas escolhas?<br>
Estas e outras colocações especistas continuam bem actuais <span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">—</span> mesmo com toda a informação científica, moral e social relativa aos animais <span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">—</span>, prova sólida da força dos nossos hábitos e como estes continuam a despersonificar e a comoditizar criaturas tão susceptíveis às emoções quanto nós.<br>
Aqui apresento resposta contra essas e outras, mas ao fim de quase 8 anos de veganismo aprendi uma coisa: toda esta batalha argumentativa e contra-argumentativa, entre a desobediência ética e o carnismo acomodado, só opera substancial mudança quando deixamos de ver a justiça como antropocêntrica e a colocamos ao serviço de todos os que sofrem. Em suma, quando colocamos o respeito acima do nosso estômago. E, por isso, aos que comem animais e que estas linhas leiam, convido-os a colocar numa balança e concluir o que tem mais peso: momentos supérfluos de gula ou não fazer mal a ninguém, mesmo que tenha pêlo, plumas ou escamas no lugar de pele desnuda? O que será verdadeiramente difícil: não comer animal ou <i>ser</i> o animal, violentado desde a nascença, nascido para morrer?</div><div style="text-align: justify;"><br></div><div style="text-align: justify;"><i>Um aparte: algumas das inferências foram retiradas de um único comentário deixado por um indivíduo numa rede social (mais concretamente num grupo pelos direitos dos animais, o que é lamentavelmente irónico).</i></div><div style="text-align: justify;"></div><a href="https://www.raposaherbivora.pt/2022/01/argumentos-veganismo-etica.html#more">LER MAIS »</a>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4395794526304530750.post-31559029235145176112021-12-09T12:18:00.005+00:002023-07-21T20:38:30.252+01:00Ser vegetariana é caro?<div style="text-align: center;">
<img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSHrGbu3Yba-dKYNWIdVgDJsjQCzVc_goZlMP1JK_eSmHlzcVaVpSdLEv8jh6SoAFbWe1Bgpdp1lmwCv_6HC6Q8whA_Q-tdvbh4VNmRq8-UbdCfHDKTHG6jWa8lwpPqmg9N8HzTRhe_RA/s1600/pexels-photo-1640777.jpeg">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br>
Muitas pessoas acusam a alimentação vegetal de ser bastante dispendiosa, o que não a torna acessível para todos e, consequentemente, elitista. Esse pensamento formou o estereótipo do veganismo ser coisa de brancos ricos e que só é praticável para a camada social privilegiada, deixando as mais humildes de fora. Cada vez mais se fala disso como um facto indestrutível, mas será mesmo verdade?<br>
</div><a href="https://www.raposaherbivora.pt/2021/12/ser-vegetariana-e-caro.html#more">LER MAIS »</a>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4395794526304530750.post-47115769434786851852021-10-05T10:16:00.005+01:002021-10-05T10:59:40.245+01:00Empresas que testam em animais | Lista de marcas da Coty<div style="text-align: center;">
<img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg5TEUoLVgjKn-T2Ucfn0PWvy47mouvkbgzEvLQ13V266BeBuPWkWWZR4BTiY7cQ11kiGjHP6k0NZKN3xeve4t-L8XrInjvQme5YptdXaEdd2R8ho-zCZm5yp8eLokkfnb6y_hFlIQ-E8c/s1600/coty-testes-animais.jpg">
</div>
<br>
<div style="text-align: justify;">
A <b>Coty</b> é uma multinacional com mais de 70 marcas de cosméticos, que vão desde perfumes a produtos para o cabelo. Por comercializar na China, esta empresa (assim como as suas marcas) <b>não é <i>cruelty-free</i>, visto os testes em animais serem requeridos por lei nesse país.</b><br>
</div><a href="https://www.raposaherbivora.pt/2020/04/testes-em-animais-coty.html#more">LER MAIS »</a>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4395794526304530750.post-32685641867979756902021-09-21T11:34:00.003+01:002021-10-02T11:26:35.045+01:00Alimentação Vegetariana: Grávidas, Bebés e Crianças<center><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjvbLTPuSPiTynI420CUvvGxC37_qZq6xU6ag_J1dva-gbV8i4wpaV6meuRBjK0DrQhmEzGivIOOVJkoHsfH66wNv3jEfOR0W9EI7ooaoLSl8h4UONkQw1xKKf7F-0fXCtW3zCQZGW2x8c/s16000/AVP-Ebook-Alimentacao-Vegetariana-Gravidas-Bebes-Criancas-1-01.png"></center><br><div style="text-align: justify;">Desconstruir pré-conceitos sobre a alimentação vegetariana, principalmente quando nos referimos a grupos específicos, nunca é demais: mesmo com o aumento dos estudos médico-científicos e da informação relativamente a este tipo de dieta ser segura para toda a gente, o paradigma social insiste em apontar para o sentido contrário.</div><div style="text-align: justify;">Por isso, quanto mais fontes seguras e sólidas forem criadas melhor, pelo que não podia deixar de mostrar este maravilhoso trabalho da <a href="https://compassionatecuisineblog.com/servicos/consulta-de-nutricao/" target="_blank">Márcia Gonçalves</a>: nutricionista, juntou-se à Associação Vegetariana Portuguesa e criou um guia sobre alimentação totalmente vegetal para grávidas, bebés e crianças. São 61 páginas com informações, esclarecimentos e sugestões para o período gestacional, lactação e infância até ao primeiro ano, assim como tabelas nutricionais, receitas, planos para a diversificação alimentar, uma lista de profissionais especializados e muito mais. Um <i>ebook</i> essencial para todas as famílias, especialmente para as que pretendem mudar para uma alimentação mais compassiva ♡</div><div style="text-align: justify;"><span></span></div><a href="https://www.raposaherbivora.pt/2021/09/alimentacao-vegetariana-gravidas-bebes.html#more">LER MAIS »</a>Melhttp://www.blogger.com/profile/12508427300728599241noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4395794526304530750.post-67856754099795698522021-08-31T11:27:00.005+01:002023-07-21T20:38:52.695+01:00Precisamos realmente de colagénio de origem animal?<div style="text-align: center;">
<img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg6uNw0MKNxt9zvT-Bx5x9kjhn-lPXtvS83518Z5SriQBNegqCSI2t4s9qxODVe8tyDgnp4EDKt5kZ8RqBJS9laqJmdDViXfEUE_uqzIVltTne_Dj0BywQX2K0fBX_lPP8oGGMgNsAx3VA/s1600/gorgeous+afro+hair+with+flowers.jpg" />
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
Quantos produtos não possuem colagénio na composição e que prometem fortalecer o cabelo, deixar as unhas mais bonitas ou melhorar o aspecto da pele? Desde comprimidos à tradicional gelatina, passando por champôs e cremes, o colagénio é obtido industrialmente a partir dos ossos e da cartilagem dos bovinos.</div>
<div style="text-align: justify;">
Muitas <i>bloggers</i> e influenciadoras indicam o colagénio como um ingrediente essencial, mas será ele verdadeiramente vital para conseguirmos uns cabelos, unhas e pele bonitos ou não passará de um esquema patriarcal, aliado à indústria da beleza, para pressionar as mulheres a gastar dinheiro em cosméticos que prometem o inalcançável que lhes é imposto?<br />
<br />
<blockquote class="tr_bq">
<span style="color: #666666; font-family: georgia;">“Dizer que é necessário ingerir colagénio para ter colagénio no corpo é tão absurdo quanto dizer que precisamos de ingerir fígado para termos fígado, ou cérebro para termos cérebro.”</span><b><span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;"><br /></span></b><span style="font-family: inherit;"><b><span><br /></span></b><b><span>—</span></b> <span><a href="http://www.alimentacaosemcarne.com.br/" target="_blank">Dr. Eric Slywitch</a>, médico especializado em nutrologia</span></span></blockquote>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br />
O colagénio é a proteína estrutural principal que proporciona sustentação às células, mantendo-as unidas em diversos tipos de órgãos e tecidos como pele, ossos, cartilagens, ligamentos, tendões e artérias. O colagénio é composto por aminoácidos <span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">—</span> <b>glicina</b>, <b>prolina</b> e <b>lisina</b> <span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">—</span> e por mais dois aminoácidos derivados da prolina e da lisina através de processos enzimáticos e que são dependentes da <b>vitamina C</b> <span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">–</span> a hidroxiprolina e a hidroxilisina. O nosso organismo é capaz de sintetizar o colagénio a partir desses aminoácidos presentes nos alimentos, pelo que a chave para uma pele, cabelo, ossos e unhas saudáveis é uma alimentação equilibrada que inclua vitamina C e esses aminoácidos <span style="font-family: "georgia" , "times new roman" , serif;">–</span> e isso é possível com alimentos vegetais. Eis alguns que devem ser tomados em conta:<br />
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<div style="text-align: center;">
<img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg-N_o78KRoD5ZSigE6-MJQ69gOtHOovCNFzrou-E4r6AROkDg7-d7ZKIuWemhTTJPy9nmiPn6Dyuc-x-4E_7pUyEHsW4izObc2mxnHP8ctfxmxSWZJ8PZd8LWbVlFM10V6InXV2iBPNoI/s1600/alimentos-colag%25C3%25A9nio.png" />
</div>
</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<b>É importante frisar que o consumo de colagénio já pré-formado (ou seja, aquele que é tomado em pó, cápsulas, etc.) é ineficiente, visto que este é hidrolisado nos aminoácidos para ser ressintetizado pelo organismo.</b></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">
<blockquote class="tr_bq"><span style="color: #666666; font-family: georgia;">
“O colagénio dá elasticidade à pele e a sua produção pelo corpo reduz com os anos. Mas passar cremes não aumenta o colagénio da pele. A proteína é grande demais para entrar na célula e fica espalhada do lado de fora. Se ingerido, o colagénio é desmontado pela digestão e não chega à pele. Ingerir colagénio só deixará a pessoa com rugas e mais pobre.”</span><br /><br />
— Alicia Kowaltowski, professora de Bioquímica do Instituto de Química da USP<br />
— Natália Pasternak, presidente do Instituto Questão de Ciência</blockquote><div style="text-align: justify;"></div><blockquote><div style="text-align: justify;"><span style="color: #666666; font-family: georgia;">“(...) O colagénio ingerido por meio das carnes não se transforma em colagénio no nosso corpo. Para produzir colagénio, o nosso organismo precisa de quebrar a proteína ingerida e, utilizando os seus aminoácidos, montar o próprio colagénio, que será inserido em regiões específicas do corpo (...). A gelatina, além de ser um composto derivado de animais (...) não é uma fonte rica em proteínas e colagénio, como muitos acreditam. (...)</span></div><div style="text-align: justify;"><div><span style="color: #666666; font-family: georgia;">Quando se trata de metabolismo, há uma regra que diz que é melhor remover a agressão e optimizar a protecção. E, sobre esse tema, há dois aspectos importantes a serem considerados:<br /><br />• Quanto mais antioxidantes a dieta contém, menos colagénio é destruído. O reino vegetal contém 64 vezes mais antioxidantes do que o animal, então adoptar uma alimentação vegetariana baseada em produtos naturais e integrais traz vantagens para a estrutura da pele.<br /><br />• Níveis elevados de cortisol (uma das hormonas produzidas em situação de stress) causam destruição de colagénio. Assim, menos stress significa maior preservação.”</span><br /><br />— Dr. Eric Slywitch in <i>Virei Vegetariano, e Agora?</i></div></div></blockquote><div style="text-align: justify;"><div><i></i></div></div><div style="text-align: justify;"><br /></div>
<span style="font-family: inherit; font-size: medium;"><b>A objectificação dos animais não deve ser perpetuada</b></span><br />
<br />
O colagénio é só mais uma das milhares substâncias de origem animal que utilizamos habitualmente sem pensarmos um pouco sobre a sua origem. Assim como os restantes subprodutos ligados à pecuária, é conseguido a partir da exploração exaustiva dos animais, que não são poupados por uma indústria que não olha a meios para lucrar maximamente com eles.<br />
<br />
Uma alternativa para quem gosta de gelatina é o <a href="http://grito-silenciado.blogspot.pt/2014/01/agar-agar-alternativa-gelatina.html" target="_blank"><b>ágar-ágar</b></a>, extraído das algas marinhas e dez vezes mais consistente, o que o torna mais rentável.<br />
<br />
É possível sermos saudáveis por dentro e por fora sem usarmos quaisquer produtos e subprodutos de origem animal: prefiram alternativas vegetais mais naturais e rejeitem a crueldade.<br /><br />
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Imagem: Pinterest</div>
Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4395794526304530750.post-56086335233445236992021-08-17T11:03:00.013+01:002021-08-17T11:21:45.717+01:00Aromatica NÃO É cruelty-free<div class="tr_bq" style="text-align: center;">
<img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg24uHCL2YYRvIqpuWVkODzG-iYC7yxV5AYOYmAUqysQpyzh-DZd0C-qjP9l-PiYLNvK2SRFH-Fa7hz-CoIdR6evTmT9Z42F54nUP7XQreDWRg8lt3MKOqeVgMijhhvjKJ3r5qP7wa9FgQ/s1600/aromaticanotcrueltyfree.png">
</div>
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<div style="text-align: justify;">
A Aromatica é uma marca coreana de cosméticos para os cuidados da pele, muito apreciada por priorizar ingredientes orgânicos e naturais. Com a nova legislação da Coreia do Sul, que restringe o uso de animais em testes desde 2018, muitas marcas desse país têm sido adicionadas em listas <i>cruelty-free</i>, incluindo esta. Mas será a Aromatica realmente <i>cruelty-free</i>? Ao longo do artigo perceberão porque não devem confiar em todas as informações que encontram, tanto de listas, como das próprias marcas e das certificações e selos concedidos por organizações ditas <i>cruelty-free</i>/veganas.</div>
<a href="https://www.raposaherbivora.pt/2021/08/aromatica-nao-e-cruelty-free.html#more">LER MAIS »</a>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4395794526304530750.post-594666451916489182021-07-29T10:35:00.003+01:002021-07-29T11:42:47.392+01:00Cosmética natural | Batom hidratante Miristica<div style="text-align: center;">
<img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgVRCeHsR2X-M4zBat___u9TM37KuGGl8nEHX5dzq42Eo3j-DNAT65bCixqjSF9fmOW82Qfv-fyraJL_Jp46WwoYxppfgtOGG9fzLCaW2DhOxxWAAZe92iuBuPh05LEF_he4wjzxUKhxh8/s1600/DSC_0983.JPG">
</div>
<br>
<div style="text-align: justify;">
É no atelier mais perfumado da Lousã que os cosméticos da Miristica são criados com muito amor. Das marcas portuguesas artesanais que já experimentei, esta é uma das que mais gosto: tanto pelo cuidado que a Inês tem na preparação dos produtos, como pelas suas matérias-primas serem de pequenos produtores e do comércio local, como por ser totalmente vegana.<span></span></div><a href="https://www.raposaherbivora.pt/2021/07/cosmetica-natural-batom-miristica.html#more">LER MAIS »</a>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4395794526304530750.post-63098054500149840402021-03-17T18:30:00.002+00:002021-08-26T10:44:13.467+01:00Beleza sem sofrimento | 30 Batons cruelty-free<div style="text-align: center;">
<img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhPYScJEOEIzcsSjdYs816vUdLWRp4Relpfm9cLK4_SdHfe98RXE8sWHMjNcf_GmgjXtHZ-V5lZbs_E4_v6vbrW8g_iEOYpEVvQiCewhZ8_XkHqBXpjfCNJGkqxA1tyjQICaU-qN4TK1Ms/s1600/batonscrueltyfreetitulo.jpg">
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<div style="text-align: justify;">
O batom é um item indispensável para quem adora maquilhagem: do discreto nude ao clássico vermelho, há milhares de tons para satisfazer todos os gostos. Sólido, líquido, mate ou metálico, é um dos produtos de beleza mais utilizados.<br>
</div><a href="https://www.raposaherbivora.pt/2018/11/30-batons-cruelty-free.html#more">LER MAIS »</a>Unknownnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4395794526304530750.post-72454782538482790862021-03-10T14:30:00.011+00:002023-12-07T11:27:06.957+00:00Maternidade vegana com a Ana Laura Hermann 🧡 Colectivo OVELHA<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiESF-dM9XhHoqaAS595lnm0wxWqdO-gSwie3v7UT6Tdyt8c5bCtehm77wg9NmeODD-70E-i-Z17FaFUaMIACUrW47kza1EzMw5i3mTl7D8dVwrttbNeS91-jT9iHVUIZdHg4WwjOICxYo/s16000/20201023_140302+%25281%2529.jpg"></div><br><div style="text-align: justify;"><div>Uma das coisas que mais adoro nesta rubrica é a possibilidade que me dá de conhecer mulheres fantásticas: a Ana Laura é uma delas. Mãe e activista vegana e feminista, a Ana luta por uma maior visibilidade das mães e crianças em ambas as militâncias, que, infelizmente, continuam a ignorar bastante a existência delas. Defende que conflitos comuns, como familiares e escolas não aceitarem ou não respeitarem a educação e a alimentação que os pais dão à sua criança, devam ser vistos como um problema colectivo e não individual. Aliás, foi precisamente quando se começou a ver essa pauta como um problema colectivo que em Portugal, finalmente, passou a ser lei que todas as cantinas públicas incluíssem uma opção totalmente vegetal (se bem que ainda há muito trabalho a fazer).</div><div><br></div><div>Além de pertinente e necessário, o seu posicionamento levanta muitas bandeiras que tanto o veganismo como o feminismo devem enxergar e acolher, pelo que não podia ficar de fora desta entrevista, juntamente com as suas experiências e vivências enquanto mãe. Acredito que as suas palavras encorajadoras inspirarão várias mulheres e mães a encontrarem a sua voz e a não ficarem (mais) caladas.</div><span></span></div><a href="https://www.raposaherbivora.pt/2021/03/maternidade-vegana-com-ana-laura.html#more">LER MAIS »</a>Melhttp://www.blogger.com/profile/12508427300728599241noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4395794526304530750.post-80336217781743293012021-03-03T18:30:00.004+00:002021-03-14T08:47:20.074+00:00Alimentação vegetariana e endometriose<div style="text-align: center;">
<img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgxzijSYAPYXTxJSyjV2el1643UzVEWseRgfyunkBC5AaNOwZwy76-CmlSltWYqFfn1MBgUTivt9LXaAG1WPUGNbUYviEtiRsyh9qjiRuIWhVVJFw5QgO-ApokQG3w3NtK4fTlipx9yUXo/s1600/endometriose-alimenta%25C3%25A7%25C3%25A3o-veg.png">
</div>
<div style="text-align: justify;">
<i><b><br></b></i>
<i><b>Nota importante: A endometriose continua a ser uma doença pouco discutida a nível médico e também nutricional, pelo que encontrei várias disparidades entre alimentos e suplementos recomendados e não recomendados. Para não me arriscar a transmitir dados errados, publiquei somente os que reuniram mais consenso. Vale também referir que este artigo é meramente informativo, não substituindo uma orientação médica especializada.</b></i></div>
<div style="text-align: justify;">
<br></div>
<div style="text-align: justify;">
Apesar de ser cada vez mais falada, a endometriose continua a ser uma doença silenciosa e silenciada. Para além de não se saber ainda as suas causas, também não há cura. Afecta 10% das mulheres em idade fértil e é constantemente confundida com dismenorreia, já que o seu principal sintoma é a dor. Também há casos em que as mulheres são assintomáticas e não fazem ideia de que sofrem de endometriose, apesar de ser menos comum.<br>
</div><a href="https://www.raposaherbivora.pt/2020/07/alimentacao-vegetariana-e-endometriose.html#more">LER MAIS »</a>Unknownnoreply@blogger.com