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Por mais que tentemos desligar os movimentos sociais uns das outros, a verdade é que estes permanecem interligados. Negá-lo só ajuda a fortalecer ainda mais os problemas que procuramos resolver e as opressões que sonhamos em dissolver. E o veganismo não é excepção.
A importância de encarar o veganismo como luta política no colectivo — fugindo da imagem que ergue maioritariamente, como um estilo de vida e mero consumo individual — é fulcral para conseguirmos as tão desejadas jaulas vazias. Para isso, tal óptica requer compreender como as discriminações se comunicam – mostrando, assim, que sem libertação humana não poderá haver libertação animal.
The Smell Of Money abre uma janela para visualizarmos um pouco esse vínculo – neste caso, entre o especismo e o racismo, no qual a natureza também é afectada. O documentário denuncia os impactos sofridos pelos habitantes de Duplin, na Carolina do Norte, EUA, causados pela Smithfield, uma das maiores exploradoras de porcos. Os moradores são predominantemente negros e, apesar da batalha judicial que decorre há décadas, a empresa continua a escudar-se com a indiferença e parca influência política, visto a Carolina do Norte permitir que pecuárias descartem os dejectos dos animais borrifando-os pelo ar com recurso a máquinas. As consequências são terríveis: restrição de ar puro e pouco acesso a água limpa, bem como os excrementos revestem constantemente as paredes exteriores das casas.
Entre 2018 e 2019, um dos juízes que tratou deste processo referiu que, se fossem mansões de ricos e políticos, no lugar de pessoas pobres, a celeuma teria sido imediatamente resolvida com o cessar da empresa pecuária. A sua declaração, brutalmente crua mas necessária, escancara como o sistema ignora descaradamente indivíduos de certas classes e etnias, bem como não olha a meios para transformar animais em lucro.
Kate Mara, uma das produtoras do documentário, declarou: “Esperamos que o filme enfureça as pessoas pelo flagrante desrespeito da pecuária pelo bem-estar animal, ambiental e pelas comunidades carentes, nas quais a indústria instala-se e destrói vidas. Não podemos continuar com o nosso actual sistema alimentar e ignorar o racismo ambiental que assola estas comunidades.”
O documentário está actualmente a ser exibido em alguns cinemas estadunidenses e, de acordo com o site oficial, ficará brevemente disponível em streaming. Vejam o trailer abaixo:
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Usamos infinitas desculpas para continuar a justificar, eufemizar e perpetuar a exploração, tortura e morte de biliões de animais explorados para consumo mas, no fundo, sabemos como eles sofrem e partilham capacidades emocionais similares às nossas. Aliando esse facto incontornável aos benefícios de uma alimentação vegetariana, tanto para a saúde como para o planeta, as razões para deixar os animais fora do prato são mais fortes do que continuar a comê-los – e estes 10 documentários comprovam-no.
The Farm In My Backyard mostra os problemas éticos e ambientais causados pela indústria de peles. O documentário, que dura 16 minutos, foi lançado no dia 4 de Abril.
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Desde que Dominion foi lançado e reproduzido em vários países, inúmeras consciências têm despertado para a realidade que circunda a vida dos animais explorados para alimento, pesquisas, entretenimento, domesticação, caça e vestuário. O documentário, que conta com registos captados por drones, expõe a crua verdade que muitos teimam em rejeitar: que não existe uma forma correcta ou humana de matar alguém.
Exportando Vidas é o título do documentário da Nação Vegana Brasil, um movimento que luta pelo fim da exportação de animais vivos no país. O documentário tem a duração de 15 minutos e conta com a participação de especialistas de diferentes áreas e que defendem o fim desta prática atroz.
Dominion é um documentário australiano que está a ser apelidado como o novo Earthlings, apesar de ainda não ter sido lançado. É uma sequela de Lucent, de 2014, e vai desvendar os abusos cometidos contra os animais, nomeadamente no sector do leite, ovos, carne, entretenimento e vestuário. Assim como Earthlings, expõe material audiovisual dos procedimentos comuns das indústrias que exploram animais. Não se tratam, portanto, de casos isolados os que são descortinados ao longo do documentário.
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A ideia de que algumas vidas valem menos do que outras
é a raiz de tudo o que está errado no mundo.
— Paul Farmer
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"Estudos mostram que a mudança climática e a falta de água estão directamente relacionadas com a quantidade de carne que consumimos. Não vamos ser bem sucedidos até que paremos com a agricultura animal."
2017 promete ser um ano cheio de filmes e documentários relacionados com o veganismo. Depois da BBC anunciar Carnage, já disponível no Youtube, mais um filme está prestes a sair do forno. Eating Our Way to Extinction descortina os problemas da exploração de animais para consumo e o impacto que a mesma tem em vários níveis. Questões morais, ambientais, sociais, financeiras e de saúde não foram esquecidas e as suas ligações são reveladas no documentário transacto, onde são somadas para totalizar o verdadeiro custo de comermos animais.
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"I have written and directed a film about veganism.
I’m sorry."
— Simon Amstell
A BBC anunciou o lançamento de um filme cujo tema central é o veganismo: Carnage - Swallowing The Past passa-se em 2067, num cenário utópico onde animais não são mais explorados pelos humanos. No enredo, os mais jovens não compreendem como os seus avós conseguiam compactuar com o massacre desnecessário de tantos animais e como eram capazes de comê-los. Juntamente com essas reflexões éticas, o filme mostra como no passado os animais eram tratados, contrastando com os princípios de uma época que encara o uso e abuso dos mesmos como práticas criminosas.
Escrito por Simon Amstell, um actor, comediante e director vegano, o filme conta com alguns destaques no elenco, como Martin Freeman (O Hobbit) e Joanna Lumley (O Lobo de Wall Street). Victoria Jaye, chefe de conteúdo da BBC iPlayer, declarou que o filme desafia-nos a pensar sobre o modo como encaramos os alimentos de origem animal e que nunca mais conseguiremos olhar para o nosso jantar como dantes.
O lançamento, na plataforma da BBC iPlayer, não tem ainda uma data concreta mas está previsto para meados deste ano. Até lá, podemos ponderar sobre os nossos hábitos com outros documentários: visitem este artigo e vejam alguns deles.
Imagem | Google
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Compaixão – A virtude de compartilhar o sofrimento do outro. Olhar para o outro.
Empatia – Considerar a possibilidade de uma perspectiva diferente da sua. Olhar com os olhos do outro.
Cada vez mais organizações, associações e particulares mostram o quanto é essencial encaixarmos a compaixão e a empatia no âmago das nossas responsabilidades e deveres como seres humanos. Há uns anos atrás isso não se sentia tanto, mas o grito silenciado do planeta levou a um despertar ético que, ainda assim, continua a não ser aceite por muitos de nós. É urgente compreendermos que o mundo não é uma pirâmide antropocêntrica e que existe mais vida para além da nossa – e que essa vida quer continuar a respirar, a existir.
E que não quer sofrer.
Fazer mal aos outros, só porque são animais não-humanos e os consideramos inferiores, comporta outras consequências que encontram-se firmemente interligadas mas que insistimos em desmenti-las: a desflorestação, o aquecimento global, a fome mundial e os problemas de saúde são algumas delas.
Abaixo seguem alguns documentários que vão, com certeza, mostrar como precisamos de mudar os nossos hábitos quotidianos. Aproveitem as férias e juntem a família e/ou os amigos para vê-los.
Artigo actualizado em 17/08/2021
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