Tudo parece ser tão libertador no campo: o som do vento a dançar por entre as árvores; o balir das tímidas ovelhas; nenhum arranha-céus a esconder as nuvens esvoaçantes no manto celestial; poder ver perfeitamente as estrelas à janela; o cheiro da floresta; o cantar da cigarra; o toque das amoras selvagens colhidas à tardinha. É impossível existir algo de errado neste ambiente pacato e tão harmonizado com a vida.
A vida.
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Algumas pessoas têm relutância em fazer uma transição alimentar totalmente vegetal porque não gostam desta verdura ou daquela leguminosa: o receio de que a mudança para uma dieta vegetariana fique, por causa desses desgostos, demasiado restrita acaba por tornar-se num obstáculo que, inicialmente, achamos impossível de contornar.
Foi o que aconteceu comigo: quando resolvi parar de comer animais a primeira dúvida que me surgiu foi “E agora? Como vou fazer isto se não gosto de 99,9% dos alimentos que existem neste glorioso planeta?”
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O silêncio também grita — nós é que não o ouvimos
Temos um pensamento bastante cartesiano quando procuramos justificar a captura, morte e consumo dos peixes: geralmente, comentamos que estes não sentem nada e que os seus movimentos são puramente mecânicos. E que, se sentissem realmente alguma coisa
gritariam.
O som (ou, neste caso, a sua ausência) transforma-se numa arma argumentativa para nos distanciarmos ainda mais desses animais: a morte de cerca de dois triliões de peixes, por ano, passa a ser um dado insignificativo e, no máximo, um mal necessário.
O som (ou, neste caso, a sua ausência) transforma-se numa arma argumentativa para nos distanciarmos ainda mais desses animais: a morte de cerca de dois triliões de peixes, por ano, passa a ser um dado insignificativo e, no máximo, um mal necessário.
Tornar o som como indicador de que alguém sente dor é redutor: nós não afirmamos que uma pessoa não é capaz de experimentar dor só porque não fala: nem nos passaria sequer pela cabeça considerar uma coisa destas.
Porque, então, aproveitamo-nos disto para desculpar a exploração que cometemos com os peixes?
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Graças às lojas online é cada vez mais fácil adquirirmos produtos 100% veganos. Desde alternativas alimentares a produtos de limpeza e cosméticos, a variedade é imensa e facilita bastante a nossa transição para uma vida menos violenta. Vejam a lista com algumas lojas e maravilhem-se com a quantidade de coisas que podemos dar preferência em detrimento das que envolvem exploração animal.
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A GOSH é uma marca dinamarquesa que já foi referida aqui. Na secção FAQ do site é esclarecido que não testam em animais e não permitem que os seus ingredientes e produtos sejam testados, tornando-a cruelty-free. Apesar de não ser 100% vegana possui algumas opções isentas de ingredientes de origem animal, cuja lista encontra-se abaixo:
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