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Tudo parece ser tão libertador no campo: o som do vento a dançar por entre as árvores; o balir das tímidas ovelhas; nenhum arranha-céus a esconder as nuvens esvoaçantes no manto celestial; poder ver perfeitamente as estrelas à janela; o cheiro da floresta; o cantar da cigarra; o toque das amoras selvagens colhidas à tardinha. É impossível existir algo de errado neste ambiente pacato e tão harmonizado com a vida.
A vida.
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O silêncio também grita — nós é que não o ouvimos
Temos um pensamento bastante cartesiano quando procuramos justificar a captura, morte e consumo dos peixes: geralmente, comentamos que estes não sentem nada e que os seus movimentos são puramente mecânicos. E que, se sentissem realmente alguma coisa
gritariam.
O som (ou, neste caso, a sua ausência) transforma-se numa arma argumentativa para nos distanciarmos ainda mais desses animais: a morte de cerca de dois triliões de peixes, por ano, passa a ser um dado insignificativo e, no máximo, um mal necessário.
O som (ou, neste caso, a sua ausência) transforma-se numa arma argumentativa para nos distanciarmos ainda mais desses animais: a morte de cerca de dois triliões de peixes, por ano, passa a ser um dado insignificativo e, no máximo, um mal necessário.
Tornar o som como indicador de que alguém sente dor é redutor: nós não afirmamos que uma pessoa não é capaz de experimentar dor só porque não fala: nem nos passaria sequer pela cabeça considerar uma coisa destas.
Porque, então, aproveitamo-nos disto para desculpar a exploração que cometemos com os peixes?
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"Estudos mostram que a mudança climática e a falta de água estão directamente relacionadas com a quantidade de carne que consumimos. Não vamos ser bem sucedidos até que paremos com a agricultura animal."

2017 promete ser um ano cheio de filmes e documentários relacionados com o veganismo. Depois da BBC anunciar Carnage, já disponível no Youtube, mais um filme está prestes a sair do forno. Eating Our Way to Extinction descortina os problemas da exploração de animais para consumo e o impacto que a mesma tem em vários níveis. Questões morais, ambientais, sociais, financeiras e de saúde não foram esquecidas e as suas ligações são reveladas no documentário transacto, onde são somadas para totalizar o verdadeiro custo de comermos animais.
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01/04/2017
APELO — Petição pela abolição do transporte de animais vivos para países fora da União Europeia
"Pensei mais de uma vez que, quando se trata de animais,
todo o homem é um nazista."
Isaac Bashevis Singer, escritor judeu-americano
Isaac Bashevis Singer, escritor judeu-americano

Assinem e partilhem
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Compaixão – A virtude de compartilhar o sofrimento do outro. Olhar para o outro.
Empatia – Considerar a possibilidade de uma perspectiva diferente da sua. Olhar com os olhos do outro.
Cada vez mais organizações, associações e particulares mostram o quanto é essencial encaixarmos a compaixão e a empatia no âmago das nossas responsabilidades e deveres como seres humanos. Há uns anos atrás isso não se sentia tanto, mas o grito silenciado do planeta levou a um despertar ético que, ainda assim, continua a não ser aceite por muitos de nós. É urgente compreendermos que o mundo não é uma pirâmide antropocêntrica e que existe mais vida para além da nossa – e que essa vida quer continuar a respirar, a existir.
E que não quer sofrer.
Fazer mal aos outros, só porque são animais não-humanos e os consideramos inferiores, comporta outras consequências que encontram-se firmemente interligadas mas que insistimos em desmenti-las: a desflorestação, o aquecimento global, a fome mundial e os problemas de saúde são algumas delas.
Abaixo seguem alguns documentários que vão, com certeza, mostrar como precisamos de mudar os nossos hábitos quotidianos. Aproveitem as férias e juntem a família e/ou os amigos para vê-los.
Artigo actualizado em 17/08/2021
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Se houve algo que aprendi quando tornei-me vegetariana (e, posteriormente, vegana), foi que a única coisa difícil de suportar quando se dá um passo para esta dimensão é a desinformação, a indiferença e a insensibilidade. A família, os amigos, os colegas de escola/faculdade/trabalho e o vizinho do lado conseguem criar uma bolha que está sempre pronta para estoirar e iniciar uma guerra argumentativa.
Os ingredientes que formam essa bolha, que é aplicada como arma de arremesso contra a decisão de não financiar a morte e o sofrimento, nada mais são do que fruto de costumes bastante enraizados e fortificados pelas tradições sociais, que passam também pela persuasão publicitária que camufla muito bem a exploração dos animais com cenários irradiantes de perfeição e de harmonia:
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Perdido. Talvez seja essa a melhor definição para o estado actual dele. Desconhece como chegou naquele antro de tristeza cinzenta. Desconhece se é dia ou de noite: a pequena luz que ilumina o espaço não calendariza o tempo. Só o desprezo pela sua existência grita na intermitência daquela parca luz.

Muitas pessoas acreditam que as vacas dão leite constantemente e que, por isso, precisam de ser ordenhadas. A ideia de que o leite que compramos no supermercado provém de animais criados ao ar livre e imensamente felizes, como os anúncios insistem em transmitir, também ajuda a esconder a realidade de uma indústria que explora, mutila, viola e mata milhões de vidas anualmente.
Esta realidade, que é bem mais negra do que o céu azul e os prados verdes que idealizamos, é constituída por várias etapas que, apesar de diferentes, têm algo em comum: o sofrimento perpetuado para que o ser humano possa continuar a consumir leite e derivados.
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No apanhado que escrevi sobre a indústria dos ovos referi resumidamente um processo que foi padronizado para aumentar a margem de lucro: o debeaking, nome dado ao corte dos bicos das aves. Tendo em conta que é um dos muitos horrores que poucos ainda conhecem desta indústria, desenvolverei nas seguintes linhas este processo hediondo.
Imaginem que vão ao dentista e este decide extrair um terço do vosso dente sem qualquer anestesia: nem vale a pena passar pela experiência para concluir o quanto seria doloroso.
Agora imaginem se o dentista realizasse o mesmo processo com metade dos vossos dentes, utilizando uma lâmina quente. Basicamente, é isto que é feito com as aves exploradas pela indústria dos ovos e também da indústria da carne.
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Há algum tempo, a Acção Directa realizou uma campanha que espalhou-se gradualmente nas redes sociais: a dita consiste numa fotografia de um caracol com as frases Gostava de ser cozido vivo? Ele também não!.
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Há proposições que, francamente, não sei como se formam na cabeça de algumas pessoas: é que são tão, mas tão incongruentes, e simultaneamente tão apoiadas e aplaudidas, que fico demasiado perplexa para conseguir pensar se hei-de pensar.
A minha confusão deveu-se com uma notícia que relatava o apelo da modelo Sara Sampaio para que o hediondo festival Yulin, na China, findasse. O evento referido passa-se anualmente e sacrifica, de forma indescritivelmente brutal, mais de dez mil cães. Obviamente que apoio abertamente a interrupção definitiva desta barbaridade tamanha, pelo que peço que se assine esta petição (e esta também); todavia, ocorreu uma troca acesa nos comentários dessa notícia que deixou-me um tanto quanto desorientada: a conversa entre os internautas aqueceu e, de repente, uma discussão sobre a diferença entre um cão e uma vaca, de que o primeiro não é para comer e a segunda é, que matar o cão não é o mesmo que matar a vaca, entre outros argumentos que reflectem bem a compaixão selectiva que ainda mina a mentalidade da maioria da população, estendeu-se compulsivamente.
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Ainda não amanheceu, estamos diante da chuva e do frio do inverno gaúcho à espera do ônibus que irá nos guiar até um dos maiores matadouros do RS. Somos estudantes de medicina veterinária, cursando uma disciplina obrigatória de inspeção de produtos de origem animal. A maioria de nós encontra-se eufórica, à espera dos ‘momentos emocionantes’ do dia. Eu estou em um canto, sendo observada de perto pela professora e o coordenador do curso, que ao saberem que sou vegana e ativista, temem que eu tenha um colapso na linha de matança.
Entramos no ônibus e seguimos viagem. No caminho, a sensação de que as cenas que eu teria que presenciar não seriam diferentes daquelas filmadas clandestinamente em matadouros ao redor do mundo, e ao mesmo tempo o sentimento inequívoco de que estaria prestes a presenciar uma série de crimes considerados ‘necessários’ pela humanidade.
Chegamos! Ao abrir a porta do ônibus, já somos tomados pelo impregnante odor adocicado da matança das aves que ocorre dentro do estabelecimento. Adentramos o local, após termos vestido roupas brancas especiais, e começamos a visita no sentido contrário ao fluxo produtivo para evitar contaminações no produto final. Trata-se de um corredor estreito, com o pé direito baixo, quase um túnel, que desemboca em uma luz amarela intensa, para repelir insetos. Nossa guia, então, abre a porta e entramos na parte final da produção. Um sistema complexo de esteiras e ganchos, chamados nórias, passam por nossas cabeças, e neles estão fixadas pelas patas as carcaças de frango, que pingam incessantemente uma gordura fétida acrescida da água hiperclorada utilizada em sua higienização.
Sob as esteiras estão os funcionários que trabalham em pé, diante de uma bancada, na maioria mulheres, que nos olham com curiosidade e espanto. A expressão em seus rostos é de uma tristeza marcante, mesclada pelo cansaço físico dos movimentos repetitivos que têm que executar diariamente. O barulho do local é ensurdecedor e, conforme andamos, o cheiro forte torna-se cada vez mais desagradável. Em cada bancada, os funcionários devem desempenhar uma função, chamadas de linhas de inspeção, que são classificadas por letras do alfabeto. Em cada letra ocorre a retirada padronizada de determinados órgãos. Um grupo de mulheres, muitas sem luvas, trabalham retirando com as mãos, com uma destreza impressionante, a vesícula biliar das carcaças em processo de evisceração. Mais adiante, outra funcionária dedica-se a ‘pescar’ com uma barra de metal as carcaças que caem no chão, para destiná-las à graxaria, onde serão transformadas em produtos não-comestíveis. Durante a passagem das nórias podemos observar que cada uma apresenta uma marcação com uma cor, o que serve para fazer a contagem final dos frangos por produtor e repassar o lucro referente ao dia.
Uma máquina especial remove toda a carne restante presa nos ossos, que farão parte da liga que irá compor os caros e adorados nuggets. Estamos agora diante dos chillers, equipamentos responsáveis pelo aquecimento seguido de um resfriamento rápido das carcaças, com a finalidade de eliminar contaminantes biológicos da carne. Os chillers nada mais são do que grandes piscinas vermelhas de sangue com partículas de gordura que ficam boiando na superfície, onde os frangos ficam embebidos.
Olho para o chão e tudo o que vejo é sangue e uma quantidade absurda de água que parece verter de todos os lados para a limpeza das carcaças – estima-se que para a limpeza de cada carcaça de frango se gaste em média 35 litros de água! Desvio o olhar para cima e vejo carcaças sangrentas passando por minha cabeça, pois estamos nos aproximando do início do processo, quando começam a surgir aves com cabeças e penas, que são retiradas em uma máquina específica, o que deixa o chão lotado de penas brancas.
Nossa guia nos avisa que estamos chegando à linha de matança. Há uma diminuição abrupta da luz, onde funcionários trabalham quase no escuro. Os índices de depressão dos funcionários que exercem essa função são extremamente elevados, devido à insalubridade. Trata-se do início do processo de insensibilização. A luz é reduzida com a finalidade de reduzir a atividade e o estresse dos animais, que são extremamente sensíveis a este estímulo. A esteira segue com as aves penduradas na nória pela pata, de cabeça para baixo e agora passam por um túnel, onde sofrem eletronarcose – isto é, são molhadas e eletrocutadas, de modo que isso as atordoe, mas sem causar a morte. As galinhas seguem estáticas pela esteira, onde logo encontram uma serra, que fica presa a uma espécie de roda, e têm suas gargantas cortadas. Nossa guia nos explica que dependendo do tamanho das aves a altura da lâmina deve ser ajustada, para reduzir a margem de erros no corte mecanizado.

Na sequência, algumas galinhas encontram-se com o pescoço intacto, enquanto outras, mesmo com a traquéia perfurada, começam a se mexer, visivelmente conscientes. Um funcionário tem então como tarefa cortar o máximo de pescoços de galinhas que falharam na serra automática, mas a esteira passa em uma velocidade assustadora, são muitas aves que devem morrer hoje para atender à demanda do mercado, cada vez mais voraz por carne de frango. Não há tempo para cortar o pescoço de todas as intactas, nem de abreviar o sofrimento daquelas que se debatem. As aves seguem para serem escaldadas em água fervendo.
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