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Existem outras formas de perpetuação da exploração dos animais (produtos de higiene e cosmética testados, compra e venda de cães, gatos e outros, vestuário, entretenimento, etc): todavia, para não ficar repetitivo, o presente texto é somente sobre a parte que trata os animais como comida.
Quando tinha conta no Facebook era ocasionalmente criticada por estar a defender os direitos de todos os animais: também escrevia sobre direitos humanos, feminismo, desigualdade social, discriminação racial e sexual, entre outros assuntos, mas decidiam chatear-se comigo quando eu publicava algo anti-especista.
Enquanto isso, no meu feed apareciam anúncios de páginas que eu nem sequer seguia, quase todas elas ligadas à exploração animal. Tais anúncios surgiam contra a minha vontade: mesmo quando clicava para eliminá-los, passados minutos apareciam outros com a mesma abordagem. Isto pôs-me a pensar no quanto é irónico as pessoas irritarem-se por alguém usar as redes sociais para denunciar um dos maiores crimes morais da Humanidade, ao mesmo tempo que aceitam placidamente estas micro-invasões, vestidas com o subtil véu persuasivo, de negócios que lucram com a morte de animais.
Todos os dias somos constantemente bombardeados com toneladas exaustivas de propaganda que gira em torno de uma alimentação à base de animais: anúncios na televisão, na internet, nas redes sociais, outdoors, folhetos com descontos e anúncios nas paragens de autocarro são só alguns dos meios de aliciamento para o consumo desses produtos. A publicidade tem, precisamente, esse objectivo: chamar a atenção, persuadir e manipular quem recebe a mensagem. Elementos aparentemente tão simples, como a cor, slogan, preço e apelo à emoção, levam à sensação de que o produto em questão é irrevogavelmente essencial, bloqueando o nosso pensamento mais crítico em relação ao mesmo.
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Tudo parece ser tão libertador no campo: o som do vento a dançar por entre as árvores; o balir das tímidas ovelhas; nenhum arranha-céus a esconder as nuvens esvoaçantes no manto celestial; poder ver perfeitamente as estrelas à janela; o cheiro da floresta; o cantar da cigarra; o toque das amoras selvagens colhidas à tardinha. É impossível existir algo de errado neste ambiente pacato e tão harmonizado com a vida.
A vida.
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O silêncio também grita — nós é que não o ouvimos
Temos um pensamento bastante cartesiano quando procuramos justificar a captura, morte e consumo dos peixes: geralmente, comentamos que estes não sentem nada e que os seus movimentos são puramente mecânicos. E que, se sentissem realmente alguma coisa
gritariam.
O som (ou, neste caso, a sua ausência) transforma-se numa arma argumentativa para nos distanciarmos ainda mais desses animais: a morte de cerca de dois triliões de peixes, por ano, passa a ser um dado insignificativo e, no máximo, um mal necessário.
O som (ou, neste caso, a sua ausência) transforma-se numa arma argumentativa para nos distanciarmos ainda mais desses animais: a morte de cerca de dois triliões de peixes, por ano, passa a ser um dado insignificativo e, no máximo, um mal necessário.
Tornar o som como indicador de que alguém sente dor é redutor: nós não afirmamos que uma pessoa não é capaz de experimentar dor só porque não fala: nem nos passaria sequer pela cabeça considerar uma coisa destas.
Porque, então, aproveitamo-nos disto para desculpar a exploração que cometemos com os peixes?
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"Estudos mostram que a mudança climática e a falta de água estão directamente relacionadas com a quantidade de carne que consumimos. Não vamos ser bem sucedidos até que paremos com a agricultura animal."
2017 promete ser um ano cheio de filmes e documentários relacionados com o veganismo. Depois da BBC anunciar Carnage, já disponível no Youtube, mais um filme está prestes a sair do forno. Eating Our Way to Extinction descortina os problemas da exploração de animais para consumo e o impacto que a mesma tem em vários níveis. Questões morais, ambientais, sociais, financeiras e de saúde não foram esquecidas e as suas ligações são reveladas no documentário transacto, onde são somadas para totalizar o verdadeiro custo de comermos animais.
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01/04/2017
APELO — Petição pela abolição do transporte de animais vivos para países fora da União Europeia
"Pensei mais de uma vez que, quando se trata de animais,
todo o homem é um nazista."
Isaac Bashevis Singer, escritor judeu-americano
Isaac Bashevis Singer, escritor judeu-americano
Assinem e partilhem
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Compaixão – A virtude de compartilhar o sofrimento do outro. Olhar para o outro.
Empatia – Considerar a possibilidade de uma perspectiva diferente da sua. Olhar com os olhos do outro.
Cada vez mais organizações, associações e particulares mostram o quanto é essencial encaixarmos a compaixão e a empatia no âmago das nossas responsabilidades e deveres como seres humanos. Há uns anos atrás isso não se sentia tanto, mas o grito silenciado do planeta levou a um despertar ético que, ainda assim, continua a não ser aceite por muitos de nós. É urgente compreendermos que o mundo não é uma pirâmide antropocêntrica e que existe mais vida para além da nossa – e que essa vida quer continuar a respirar, a existir.
E que não quer sofrer.
Fazer mal aos outros, só porque são animais não-humanos e os consideramos inferiores, comporta outras consequências que encontram-se firmemente interligadas mas que insistimos em desmenti-las: a desflorestação, o aquecimento global, a fome mundial e os problemas de saúde são algumas delas.
Abaixo seguem alguns documentários que vão, com certeza, mostrar como precisamos de mudar os nossos hábitos quotidianos. Aproveitem as férias e juntem a família e/ou os amigos para vê-los.
Artigo actualizado em 17/08/2021
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Se houve algo que aprendi quando tornei-me vegetariana (e, posteriormente, vegana), foi que a única coisa difícil de suportar quando se dá um passo para esta dimensão é a desinformação, a indiferença e a insensibilidade. A família, os amigos, os colegas de escola/faculdade/trabalho e o vizinho do lado conseguem criar uma bolha que está sempre pronta para estoirar e iniciar uma guerra argumentativa.
Os ingredientes que formam essa bolha, que é aplicada como arma de arremesso contra a decisão de não financiar a morte e o sofrimento, nada mais são do que fruto de costumes bastante enraizados e fortificados pelas tradições sociais, que passam também pela persuasão publicitária que camufla muito bem a exploração dos animais com cenários irradiantes de perfeição e de harmonia:
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Perdido. Talvez seja essa a melhor definição para o estado actual dele. Desconhece como chegou naquele antro de tristeza cinzenta. Desconhece se é dia ou de noite: a pequena luz que ilumina o espaço não calendariza o tempo. Só o desprezo pela sua existência grita na intermitência daquela parca luz.
Muitas pessoas acreditam que as vacas dão leite constantemente e que, por isso, precisam de ser ordenhadas. A ideia de que o leite que compramos no supermercado provém de animais criados ao ar livre e imensamente felizes, como os anúncios insistem em transmitir, também ajuda a esconder a realidade de uma indústria que explora, mutila, viola e mata milhões de vidas anualmente.
Esta realidade, que é bem mais negra do que o céu azul e os prados verdes que idealizamos, é constituída por várias etapas que, apesar de diferentes, têm algo em comum: o sofrimento perpetuado para que o ser humano possa continuar a consumir leite e derivados.
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No apanhado que escrevi sobre a indústria dos ovos referi resumidamente um processo que foi padronizado para aumentar a margem de lucro: o debeaking, nome dado ao corte dos bicos das aves. Tendo em conta que é um dos muitos horrores que poucos ainda conhecem desta indústria, desenvolverei nas seguintes linhas este processo hediondo.
Imaginem que vão ao dentista e este decide extrair um terço do vosso dente sem qualquer anestesia: nem vale a pena passar pela experiência para concluir o quanto seria doloroso.
Agora imaginem se o dentista realizasse o mesmo processo com metade dos vossos dentes, utilizando uma lâmina quente. Basicamente, é isto que é feito com as aves exploradas pela indústria dos ovos e também da indústria da carne.
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Há algum tempo, a Acção Directa realizou uma campanha que espalhou-se gradualmente nas redes sociais: a dita consiste numa fotografia de um caracol com as frases Gostava de ser cozido vivo? Ele também não!.
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Há proposições que, francamente, não sei como se formam na cabeça de algumas pessoas: é que são tão, mas tão incongruentes, e simultaneamente tão apoiadas e aplaudidas, que fico demasiado perplexa para conseguir pensar se hei-de pensar.
A minha confusão deveu-se com uma notícia que relatava o apelo da modelo Sara Sampaio para que o hediondo festival Yulin, na China, findasse. O evento referido passa-se anualmente e sacrifica, de forma indescritivelmente brutal, mais de dez mil cães. Obviamente que apoio abertamente a interrupção definitiva desta barbaridade tamanha, pelo que peço que se assine esta petição (e esta também); todavia, ocorreu uma troca acesa nos comentários dessa notícia que deixou-me um tanto quanto desorientada: a conversa entre os internautas aqueceu e, de repente, uma discussão sobre a diferença entre um cão e uma vaca, de que o primeiro não é para comer e a segunda é, que matar o cão não é o mesmo que matar a vaca, entre outros argumentos que reflectem bem a compaixão selectiva que ainda mina a mentalidade da maioria da população, estendeu-se compulsivamente.
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