07/11/2018

Materiais de origem animal nas roupas que nos passam ao lado


Para além dos materiais mais conhecidos e provenientes de animais, como o pêlo, pele, penas, couro, cabedal, seda e lã, existem outros que conseguem passar um pouco mais despercebidos. Todos eles existem unicamente para que as indústrias que exploram animais obtenham lucro, visto que existem muitas opções de origem sintética e vegetal de boa qualidade.

Angorá. A angorá é um tecido de lã fino que é obtido a partir do coelho que lhe dá o nome. Assim como sucede com a extracção de penas, os animais são mantidos vivos e conscientes durante o processo: o padrão (ou seja, o mais usual) passa por arrancar o pêlo directamente da pele. O calvário repete-se de três em três meses quando o pêlo volta a crescer. A prática é considerada tão horrível que várias marcas de vestuário passaram a recusar o uso de angorá na confecção dos seus produtos.

Caxemira. A caxemira, ou casimira, é um termo genérico para tecidos de lã. É obtida através do pêlo da cabra-da-caxemira e pode ser encontrada em várias peças de roupa e acessórios. Por se utilizar aproximadamente 20% de cada fio de pêlo do animal, a lã é de elevado valor e considerada luxuosa.

Cetim. Apesar de actualmente ser maioritariamente constituído por materiais sintéticos, também há cetim composto por seda.

Camurça. A camurça é uma pele que foi curtida. O curtume é que torna uma pele de um animal utilizável e passa por várias etapas, várias delas envolvendo químicos bastante nocivos, tanto para o ambiente como para os funcionários que são responsáveis por este processo.
É um couro felpudo, feito com a camada interior da pele dos animais, entre eles o animal que lhe dá o nome, vacas, porcos, bezerros, cabras e, regra geral, cordeiros.

Feltro. É um papel de lã ou de pêlos de animais, geralmente de lebre, coelho, carneiro, camelo e castor. É utilizado na fabricação de chapéus e casacos, entre outros produtos e acessórios.

Mohair. É produzido a partir do pêlo da cabra angorá. Assim como ocorre nas indústrias de produção de lã, a extracção do pêlo destes animais é assustadoramente cruel. Assim como as ovelhas exploradas, as cabras têm os seus cornos cauterizados com ferros quentes ou com ácido. São igualmente negligenciadas, não recebendo muitos cuidados.

Shearling. Ao contrário do que muitos consumidores pensam, “shearling” (shear = cortar, tosar) não é somente lã tosqueada: é a pele do carneiro, previamente tratada, e que lhe foi removida juntamente com a lã. O termo “shearling” é usado para classificar o carneiro que foi tosado só uma vez antes de ser abatido para que a sua pele possa ser usada. Para uma única peça de roupa ser produzida, mais de uma dúzia de carneiros são mortos.

Pelica. É a pele fina e branqueada de carneiro ou cabrito preparada para a confecção de luvas e de sapatos, embora também seja usada para outras peças de vestuário.

Pele de Astrakan. É considerado um dos materiais mais repugnantes e cruéis usados no vestuário. A pele de Astrakan provém de cordeiros karakul com dois a três dias de vida ou de fetos que são retirados das mães ainda em período de gestação.
A produção de um único casaco de pele de Astrakan implica a morte de 35 cordeiros. Anualmente, este negócio mata mais de 30 milhões de bebés, fora as suas mães.


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